O que você precisa saber O setor de franquias perdeu 250 donas de marcas e quase 100 mil postos de trabalho em 2020, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising). O movimento foi impulsionado pela pandemia e pela saída de rede menores do sistema de franchising. Alimentação, entretenimento e lazer, hotelaria e turismo e moda foram os segmentos que tiveram maior perda de faturamento, enquanto casa e construção e saúde, beleza e bem-estar tiveram desempenhos positivos. O mercado de franquias ficou menor em 2020, com a perda de 250 franqueadoras (donas das marcas), 99.255 postos de trabalho e queda de 10,5% no faturamento anual. Os dados foram apresentados pela ABF (Associação Brasileira de Franchising) nesta quarta-feira (3). Por que existem menos franqueadoras no mercado? Ao abrir uma franqueadora, o empresário vai ter mais gastos do que lucro até que o negócio esteja completamente estruturado. “Muita gente se lança como franqueador sem estar preparado, sem ter um planejamento e equipe adequada. A vida já é dura em uma situação normal e, em um momento de pandemia, as fragilidades vem à tona e estes empresários não aguentam”, afirma Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto. Outro motivo é a suspensão do uso de franquia como modelo de negócio. “Algumas redes de menor porte pararam definitivamente de utilizar a estratégia de franchising como canal de distribuição ou suspenderam o uso durante um período como estratégia de crescimento e ocupação de mercado”, afirma André Friedheim, presidente da ABF. O país tinha 2.918 franqueadoras em 2019 e, em 2020, chegou a marca de 2.668. Menos postos de trabalho Com menos franqueadoras, o setor passou a oferecer menos empregos. “A diminuição nos postos de trabalho foi motivada pelo fechamento de unidades e, quando as franquias têm um faturamento menor, precisam ser mais efetivas e racionais na folha de pagamento, o que leva à dispensa dos profissionais”, afirma Friedheim. Quase 100 mil empregos foram perdidos: em 2019, o mercado empregava diretamente 1.358.139 pessoas, número que caiu para 1.258.884 ao final do ano passado. Quais os setores mais afetados? As franquias reproduzem o comportamento geral da economia e, por isso, os segmentos que tiveram maior queda no faturamento anual foram alimentação (que inclui bares e restaurantes), entretenimento e lazer, hotelaria e turismo e moda. As franquias dos segmentos de casa e construção e de saúde, beleza e bem-estar seguiram no caminho contrário, superando o faturamento de 2019. “Com certeza foi um ano muito heterogêneo. Para alguns setores foi o melhor da história recente, para outros, o pior”, afirma Eduardo Terra, presidente da SBVC (Sociedade Brasileira do Varejo e Consumo). Aumento no número de unidades por rede Apesar dos resultados negativos que vieram com a pandemia, o número médio de unidades por rede aumentou – passou de 55,2 para 58,8. “A concentração do mercado e um aumento de unidades por rede mostra que as franqueadoras vão estar mais saudáveis e mais preparadas para enfrentar uma próxima crise”, afirma Cherto. Para ele, isso faz com que as empresas consigam se profissionalizar cada vez mais e ter resultados melhores. Por que o número aumentou? Por grande influência dos multifranqueados – que são franqueados profissionais. “É mais fácil quando você tem 40 unidades e vai abrir mais uma do que sair da primeira para a segunda”, afirma Cherto. Para Terra, a crise também fez com que os multifranqueados vissem oportunidades de expansão nos negócios, abrindo novas franquias e apostando em fusões e aquisições. Quais são as maiores franquias do setor? O ranking da ABF considera as maiores franquias do mercado brasileiro em número de unidades e não em faturamento, além de incluir apenas as franqueadoras associadas à ABF. Boticário McDonald’s Cacau Show Subway Am/Pm Lubrax+ CVC Brasil Óticas Carol Seguralta – Bolsas de seguros Burguer King Brasil Quais as expectativas para 2021? De crescimento. A ABF espera um aumento de 8% no faturamento do setor e de 5% na oferta de empregos.
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