23/01/2015
O Brasil tem hoje 105 marcas de franquias com atuação no exterior, o que representa 3,8% do total. O número é modesto, mas representa um aumento de 62% em relação a 2010, quando 65 empresas desse setor tinham atuação internacional, de acordo com uma pesquisa da ESPM.
André Friedheim, diretor internacional da ABF (Associação Brasileira de Franchising), diz que esse número tende a mudar, entre outros motivos, em razão do cenário de baixo crescimento do Brasil. O franchising é expansionista por natureza. O mercado interno sofrendo pode animar a busca pela internacionalização para manter o ritmo de expansão, afirma.
Outro fator é o próprio processo de aprendizado das empresas, com grandes redes se voltando a se aventurar no exterior com novos modelos depois de terem tido experiências ruins.
A rede de moda feminina Carmen Steffens, que tem 510 lojas no Brasil e mantém unidades no exterior há 12 anos, fechou ao menos oito delas por terem sido abertas no lugar errado e pela pessoa errada, segundo Mario Spaniol, presidente da empresa. Não tínhamos política na hora de abrir a loja. Encontrávamos alguém que quisesse abrir e abríamos.
Há seis anos, a companhia decidiu mudar de estratégia e passar a investir sozinha nas primeiras unidades em um país, entender as adaptações necessárias e só depois vender franquias.
Na França, onde a marca está há cinco anos, apenas neste ano começarão a ser buscados franqueados.
O objetivo da Carmen Steffens é estar em 50 cidades do mundo até 2020. Hoje, está em 15.
A rede de alimentação Giraffas também está no processo de repassar restaurantes próprios na Flórida (EUA) para a mão de franquueados, depois de um período de experiência. A gente não queria fazer testes com o dinheiro alheio, diz João Barbosa, presidente-executivo da empresa nos Estados Unidos.
Barbosa diz que esse período foi necessário para fazer adaptações de cardápio e também para reduzir o custo de abertura de uma loja: a primeira custou US$1,8 milhão, valor que hoje foi reduzido para US$650 mil isso foi possível por causa do aumento do volume de compras, que dá poder de barganha com os fornecedores, e também ajustes no projeto.
A companhia chegou ao país em 2011, e hoje tem 11 restaurantes em outubro do ano passado, cinco deles passaram às mãos de franqueados. O plano é que a 12ª unidade, que deve ser inaugurada em fevereiro, também seja uma franquia.
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