Em teleconferência com analistas nesta quarta-feira, quando comentou resultados do segundo trimestre, a Via Varejo informou que está mudando o modelo operacional de suas lojas das redes Casas Bahia e Ponto Frio.
Segundo a companhia, esse projeto já passou pela fase piloto e a expectativa é que esse novo modelo esteja aplicado em todas as lojas da empresa — mais de 1 mil pontos — até o fim do ano.
A companhia não detalhou aspectos desse novo formato, mas passa pela alteração na política de remuneração de vendedores, segundo relatório recente do Credit Suisse.
A varejista disse ainda que fechou cinco lojas, abriu duas e converteu sete Ponto Frio em Casas Bahia. Segundo a varejista, o aumento de despesas financeiras — alta de 6% para R$ 317 milhões no trimestre — refletiu a elevação da taxa básica de juros e do maior desconto de recebíveis no segundo trimestre.
A respeito do impacto do fim da “Lei do Bem” (que isentava PIS/Cofins de itens de informática e telecomunicações), a varejista calcula que o efeito negativo na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de 2,4 pontos percentuais e na, margem bruta, de 1,7 ponto.
De acordo com a companhia, o aumento nos estoques no segundo trimestre reflete uma compra de produtos classificada como “de oportunidade”.
A Via Varejo teve leve aumento nas vendas líquidas de abril a junho, de 0,3% (após uma série de trimestres mais fracos), porém com aumento de despesas operacionais e financeiras que afetaram os números. Houve impacto negativo de equivalência patrimonial de Cnova (que teve um trimestre muito fraco no país, com perda de vendas). Como reflexo desse quadro, o prejuízo líquido passou de R$ 9 milhões de abril a junho de 2015 para R$ 89 milhões neste ano.
Cnova
O presidente da Via Varejo, Peter Paul Estermann, disse que o trabalho de união com Cnova deve ser concluído em algumas semanas e a partir dessa finalização a empresa estará pronta para a combinação dos dois negócios.
A Via Varejo informou que teve que fazer uma provisão para perdas com investimentos na Cnova no valor de R$ 326 milhões no segundo trimestre, afetando diretamente última linha do balanço.
“Tivemos vários impactos negativos que fogem ao nosso controle, mas a empresa tem mantido gestão de custos forte na operação”, disse Estermann, ao reforçar que a companhia tem gerado caixa, apesar do ambiente difícil.
Objetivo é tentar trazer receita com maior margem porque, disse o executivo, “em determinado momento, a economia tem que nos ajudar um pouco”. “Precisamos trazer mais venda para diluir o custo fixo da empresa, nosso foco é esse.”
Via Varejo informou que não tem expectativa de fechar grande número de lojas no curto prazo e que um dos objetivos da empresa continua a ser o aumento no volume vendido, para ampliar ganhos de participação de mercado.
Em relação ao terceiro trimestre, o executivo disse que as vendas têm sido “satisfatórias”, mas ressaltou que a base de comparação do ano passado é fraca.