Por Nathalia Larghi | As vendas no varejo surpreenderam de novo. Subiram 1% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (11). O resultado veio bem melhor que todas 26 analistas consultados pelo Valor Data. A maior parte deles mirava queda de 1,6%. As projeções iam de um recuo de 2% até uma alta de 0,3%.
Segundo o IBGE, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista avançou 8,2% ante fevereiro de 2023. Esse foi o nono avanço seguido. O acumulado no ano foi de 6,1% enquanto o acumulado nos últimos 12 meses registrou crescimento de 2,3%.
Em janeiro, as vendas no varejo também vieram muito acima do esperado. O avanço ante dezembro foi de 2,8%, enquanto a mediana das projeções apontava para um leve avanço de 0,1%, bem perto da estabilidade.
Neste momento, os dados de atividade importam ao mercado, sobretudo, por causa dos alertas recentes do Banco Central (BC).
Entre as principais razões para mais cautela com as próximas quedas de juros, a autoridade monetária aponta para o crescimento acima do esperado neste começo de ano. Não necessariamente, a Selic irá parar de cair antes dos 9% ao ano projetados pela maior parte das casas de análise. Mas, graças à atividade mais forte, esse risco cresceu aos olhos de Roberto Campos Neto e companhia.
A ver o que dirão as próximas divulgações de IPCA-15 e IPCA.
Varejo ampliado
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 1,2%, segundo o IBGE. O acumulado no ano foi de 8,2% enquanto o acumulado em 12 meses a variação acumulado foi de 3,6%.
Em quais setores as vendas subiram? E em quais caíram?
Em fevereiro de 2024, na série com ajuste sazonal, houve taxas positivas em seis das oito atividades pesquisadas, de acordo com o IBGE. A categoria “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria” cresceu 9,9%; “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” subiu 4,8%: “Livros, jornais, revistas e papelaria” avançou 3,2%; “Móveis e eletrodomésticos” teve alta de 1,2%; “Equipamentos e material para escritório informática e comunicação” teve leve aceleração de 0,5%, e “Tecidos, vestuário e calçados” subiu 0,3%.
Por outro lado, entre janeiro e fevereiro, dois dos oito grupos de atividades do varejo tiveram um recuo nas vendas. A categoria “Combustíveis e lubrificantes” recuou 2,7% e “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” teve leve queda de 0,2%.
Segundo o IBGE, as duas atividades adicionais que compõem o varejo ampliado nesse indicador tiveram trajetória distinta. Enquanto “Veículos, motos, partes e peças” cresceu 3,9%, “Material de Construção” teve uma leve queda de 0,2% nas vendas.
Fevereiro de 2024 x fevereiro de 2023
Em relação a fevereiro de 2023, cinco dos oito setores investigados no comércio varejista avançaram.
“Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria” teve a maior alta, com 18,5%. Na sequência veio a categoria “Equipamentos e material para escritório informática e comunicação”, acom 10,5%. “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo ” subiu 9,6%, assim como “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”, que teve o mesmo avanço. Por fim, “Móveis e eletrodomésticos” subiu 3,7%.
Os outros três setores apresentaram taxas negativas na mesma comparação. A categoria “Livros, jornais, revistas e papelaria” caiu 6,0%; “Tecidos, vestuário e calçados” teve recuo de 0,5% e “Combustíveis e lubrificantes” teve leve queda de 0,2%.
No comércio varejista ampliado, houve taxas positivas nas três atividades adicionais. A categoria “Veículos e motos, partes e peças” subiu 16,6%; “Material de construção” avançou 5,0% e “Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo ” subiu 10,1%.
Fonte: Valor Investe