Diferentemente do varejo brasileiro, a retomada do crescimento do setor nos Estados Unidos, bem como a estabilização do mercado norte-americano, transformou a indústria varejista no maior empregador do setor privado na terra do Tio Sam. Tanto que, até 2022, a previsão é de que sejam abertas lá cerca de um milhão de vagas.
No entanto, a velocidade das contratações, seja lá ou em outros mercados do mundo, como o brasileiro, por exemplo, não acompanha o ritmo de crescimento do setor. Devido a lacunas na educação e formação, a escassez de competências e mão de obra qualificada se apresenta como a principal causa para este descompasso. E isto pesa muito em uma indústria que está se tornando mais sofisticados a cada dia que se passa.
Além de perceberem uma transformação no comportamento do consumidor (que tem preferido um atendimento personalizado ao invés do valor oferecido), muitas empresas agora também têm procurado conhecer as mudanças no perfil dos seus colaboradores (ou clientes internos). E diante de um cenário em que existe déficit de profissionais qualificados, elas têm entendido que, para reter seus talentos, é necessário oferecer muito mais do que um salário alto, por exemplo.
Em muitos países, no Brasil, inclusive, as equipes são compostas, primordialmente, por pessoas da geração Millennial. Além do dinheiro, o colaborador também tem procurado por um propósito. Não que o salário não seja importante, mas, a grande mudança, hoje, é que ele pode abrir mão de uma remuneração um pouco mais alta para trabalhar em um ambiente no qual suas atividades tenham alguma finalidade.
Os colaboradores são a cara da marca. Nos dias de hoje, os gestores não permitem, em seu quadro funcional, alguém que não acredite nos valores da companhia. Caso isso aconteça, pode-se perder o encanto tanto interna quanto externamente. E, neste contexto, o processo seletivo deve ser criterioso a fim de evitar candidatos que não vistam verdadeiramente a camisa da organização.
Para engajá-los, algumas empresas varejistas têm usado métodos já conhecidos, entre os quais o programa de fidelidade. A lógica é a mesma do plano direcionado ao cliente. Quando o funcionário vende uma mercadoria, por exemplo, ele ganha pontos, que podem ser acumulados e/ou revertidos em produtos do próprio estabelecimento. Neste contexto, as duas pontas saem ganhando, uma vez que ele passa a ter um motivo a mais para concretizar a venda e a empresa, por sua vez, acaba gerando aumento em sua receita.
A gestão focada em pessoas não deve surgir apenas quando o mercado está em alta. Pelo contrário. Como se sabe, é em momentos de crise que ocorre um elevado número de demissões. Em razão disso, é preciso evitar a perda da confiança daqueles que permaneceram. E para conseguir manter ou aumentar o nível de competência no negócio, com a equipe reduzida, é fundamental que a empresa tenha aprendido a atrair, treinar e, principalmente, a reter seus talentos.
Fonte: Varejista.com.br