Em um cenário cada vez mais influenciado pelas tecnologias, todos os setores da economia estão sentindo os efeitos, seja na mudança de força de trabalho, meios de produção e também, nos hábitos de consumo da população. Visto isso, empresários e executivos do setor do varejo brasileiro se reuniram em evento organizado pela BR Malls na última semana para debater as tendências e rumos do mercado no país.
Roberto Bielawski, fundador das redes de restaurantes Ráscal, Viena e Cortés, conta que a influência da tecnologia no business tem gerado grande aflição nos empreendedores, que têm visto uma mudança no comportamento de seus consumidores. Otimista, ele afirma que é preciso se adaptar: “Com Amazon e tecnologias há uma necessidade de inovar”. E garante: “A indústria do shopping center vai sobreviver”.
Lembrando de grandes nomes no varejo americano como Macy’s e Sears, que têm sofrido com as mudanças, o executivo cita Renner como exemplo, afirmando que a empresa é “bem administrada em um business que está sofrendo no mundo todo”.
De acordo com Vicente Avellar, COO da BR Malls, o empreendedor precisa buscar novos modelos de negócios: “Estamos hoje em um momento de transição e por isso é necessário alavancar”, diz. “Hoje a dificuldade é em entender o que o consumidor quer comprar”.
Avellar explica que o setor de shopping center já evoluiu muito desde sua instalação no Brasil, há mais de 40 anos. Para ele, a mudança já aconteceu no passado e faz parte de ciclos de mudança. “As mudanças são cíclicas e é nossa função estar atento ao mix de lojas e serviços que vão compor o shopping center”, diz.
Segundo ele, alguns setores estão hoje diminuindo suas participações, mas outros têm visto neste momento, uma oportunidade para crescer, como é o caso da gastronomia, de serviços e de entretenimento. “A crise é um importante choque de realidade para a indústria, porque faz com que o empreendedor reveja sua forma de investir, de buscar capital”, diz.
Bernardo Ouro Preto, co-fundador e co-CEO do Eataly e St Marche, afirma que cada vez mais o varejo tem que se diferenciar por meio da experiência: atendimento, música, qualidade etc. Para ele, a ameaça ainda não chegou ao setor de alimentos. “A ameaça vai vir, vai existir, mas ainda não chegou”. Ele cita a aquisição da Whole Food pela Amazon, dizendo que a Amazon não comprou nada que quebrou até o momento, e que o investimento no Whole Foods significa que a companhia vê um potencial no setor.
Fonte: Infomoney