Com o objetivo de intensificar a atuação no território nacional, a indústria norte-americana do segmento de tintas Sherwin-Williams aposta na revenda de seus produtos para ganhar mercado. Nos próximos cinco anos, entre 300 e 500 lojas devem fazer parte do portfólio da marca.
“O Brasil representa nossa maior operação fora dos Estados Unidos. São 75 anos atuando no território brasileiro. O mercado nacional, especificamente, apresenta algumas peculiaridades que exigem um investimento em inovação e diversificação do portfólio”, contou ao DCI o diretor comercial da empresa, Marcos Correia.
De acordo com o executivo, uma das peculiaridades no mercado brasileiro são as diferentes temperaturas entre as regiões do País. “Em virtude do clima do Brasil, diversificamos mais nosso mix de produtos e, além disso, pretendemos lançar uma tinta especial com secagem em até 20 minutos”, complementou Correia.
Para ele, nos últimos anos, a figura do pintor, arquiteto e também lojas de menor porte localizadas em cidades mais afastadas têm desempenhado um papel de ampliação da marca em regiões para além do Sul e Sudeste do Brasil – onde se concentra o maior mercado do negócio. Segundo ele, esse movimento de maior capilaridade deve adquirir, a partir desse ano, maior força com o modelo de “revenda master”, o qual fornecerá suporte para os futuros revendedores.
“Além de investir, a SW empresta seu know-how para capacitação e suporte em trade marketing, auxiliando na confecção de campanhas de pontos de venda direcionadas para consumidores e pintores, contribuindo para uma maior velocidade no sell out do revendedor Master”, complementou o executivo da marca, afirma que até o final deste ano cerca de 100 lojas já devem estar operando neste modelo.
Ainda de acordo com Correia, o investimento para abertura de uma unidade da marca gira entre R$ 300 mil e R$ 500 mil, com retorno sobre o aporte realizado estimado entre 24 meses a 36 meses. Neste formato, não há pagamento de royalties à marca. “Mesmo com a economia do Brasil apresentando sinais de estagnação, não vamos interromper o movimento estratégico de expansão”, concluiu ele.
Cautela
Para o diretor da consultoria de franquias Franchise Solutions, Pedro Almeida, a padronização do modelo de negócio e o treinamento de funcionários é uma boa estratégia de expansão, mas deve ser realizada com certa cautela, uma vez que tal posicionamento pode configurar o negócio como franquia.
“O mais recomendado é que o contrato estabelecido entre a marca e o revendedor siga os termos da Lei de Franquias de 1994”, argumentou ele. De acordo com o que determina lei Nº 8.955/94, “franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços […]”.
Por fim, o consultor alerta que expansão para outras cidades do interior, por exemplo, exigem planejamento em relação ao forte regionalismo nesses locais. “Muitas indústrias têm buscado fortalecer a marca migrando para pontos de venda no varejo. Porém, em cidades menores, nem sempre a loja mais ‘suntuosa’ é aquela que chama a atenção do consumidor final”, comentou.
Fonte: DCI