Para quem é da área de varejo, trabalhar no segmento de eletrônicos pode ser mais vantajoso em termos de remuneração. Estudo divulgado pela Korn Ferry Hay Group – que coletou informações de 60 empresas – mostra que o salário-base no segmento de eletrônicos é o maior entre as seis categorias pesquisadas em varejo.
No ranking de médias salariais, depois de eletrônicos vêm os segmentos de moda (representando grandes varejistas de moda em que o vendedor não auxilia na escolha do produto), restaurantes, venda assistida (em que o vendedor auxilia o cliente na compra, como em lojas de shopping), casa e construção e, por fim, o de super/hipermercados/atacado.
Profissionais do segmento de eletrônicos têm salários até 12 pontos percentuais maiores do que é média no setor de varejo. Na comparação com o segmento menos valorizado a diferença no salário base chega a 21 pontos percentuais, segundo o estudo.
“Em quase todos os níveis hierárquicos o segmento de eletrônico fica superior à média salarial do varejo”, diz Diego Furtado, consultor do Korn Ferry Hay Group.
No nível mais básico, de acordo com ele, profissionais do segmento ganham 15% mais do que a média do setor. “O segmento pede uma especialização. Um vendedor de eletrônico precisa conhecer sobre o produto e entender o que o seu cliente quer”, diz Carlos Silva, gerente do Korn Ferry Hay Group, responsável pela pesquisa. Por isso, ganha mais do que um atendente de restaurante ou um atendente de loja de moda, por exemplo.
Ainda em relação aos vendedores, quem também se sai bem são os que trabalham no segmento de casa e construção. “ É um profissional que precisa entender bem da linha produtos, a venda que requer conhecimento”, explica Silva.
E os gerentes? Quem ganha mais?
Se no geral os profissionais que trabalham para super/hipermercados/atacados são menos valorizados, no nível de gerência, o jogo se inverte.
Gerentes deste segmento perdem apenas para os da área de casa e construção. Esses últimos recebem bem acima da média, a diferença chega a 76 pontos percentuais.
A favor da remuneração dos gerentes do segmento de super/hipermercado/atacado está o tamanho das lojas. “Uma coisa é gerenciar uma loja com 10 funcionários, outra coisa é ser o gerente de um hipermercado com centenas de funcionários”, diz Diego Furtado.
Para o nível executivo, segundo os responsáveis pela pesquisa as remunerações são equivalentes, sem grandes variações. “Nesse nível, as grandes empresas e multinacionais acabam tendo que adotar uma estratégia de remuneração competitiva para atrair profissionais, já que trazem, muitas vezes, executivos de outros segmentos”, diz Silva.
A evolução do varejo no Brasil também teve impacto direto na remuneração dos executivos. “Nos últimos dez anos, o varejo cresceu muito e se profissionalizou”, diz Furtado.