Segmento vem ganhando cada vez mais relevância estratégica dentro dos grandes marketplaces brasileiros
Por Redação
Grandes varejistas como Americanas, Magazine Luiza e Via Varejo ampliaram as suas vendas de alimentos, bebidas e produtos de limpeza, em seus canais digitais, desde o início da pandemia. Tudo porque esse segmento tem ganhado cada vez mais relevância estratégica dentro dos e-commerces dessas companhias, que por sua vez, passaram a investir pesado na categoria supermercado.
“A categoria de mercado, além de apresentar uma alta frequência de compra, abre uma nova frente de crescimento ao negócio”, explica Marco Zolet, head do Americanas Mercado. “Em um ano, essa categoria teve um crescimento de 503% no número de clientes cadastrados”, acrescentou o executivo, entre outros detalhes que ele mencionou aqui, em entrevista exclusiva.
Investimentos
No início deste mês, o Magazine Luiza comprou a Vipcommerce, uma plataforma que permite que os supermercados e atacarejos vendam online. No ano passado, a B2W (dona da Americanas.com, Submarino e Shoptime) fez a aquisição do Supermercado Now. E a resposta para esses interesses está na recorrência. Entre as compras que as pessoas fazem com mais frequência estão as de itens de supermercado, principalmente em tempos de isolamento social. “Esta categoria traz recorrência, ou seja, os consumidores voltam mais vezes para comprar produtos de alimentos e sempre acabam comprando produtos de outras categorias, aumentando o ticket médio da compra total”, diz Flavio Urea, diretor comercial de marketplace da Via Varejo.
Segundo ele, a Via Varejo ganhou 7 milhões de novos clientes no e-commerce em 2020, aumentando ainda mais o potencial dessa categoria. Ao ganhar a preferência do cliente, que faz suas compras de supermercado, essas varejistas fortalecem seus aplicativos – o Magazine Luiza nunca escondeu a intenção de ter um superapp.
De bônus, esses e-commerces ainda podem ganhar novos clientes em um segmento bilionário. “O segmento de FMCG (“Fast Moving Consumer Goods”) é um mercado de mais de R$ 500 bilhões por ano no Brasil. Estimamos que as vendas online da categoria superem os R$ 60 bilhões de reais nos próximos anos”, disse o Magazine Luiza em seu relatório do quarto trimestre de 2020.
Essa categoria já representa uma fatia importante das vendas dessas companhias? Sim. Na B2W, por exemplo, os 10 itens mais vendidos em 2020, em quantidade, foram todos de hortifruti e padaria. “A categoria de mercado cresceu nove vezes em 2020 e já se tornou a maior da companhia em itens vendidos. Tem um modelo de negócio com perfil de compra de alta recorrência”, afirma Zolet.
O que as empresas preparam para o futuro?
Uma das frenteas é reduzir cada vez mais o prazo de entrega. O desafio é lidar com a logística que envolve a entrega de perecíveis. “As entregas são feitas no mesmo dia, em horário agendado, de acordo com o que for mais conveniente para o cliente. Para isso, contamos com uma plataforma de entrega multimodal, incluindo a maior frota particular de bicicletas cargueiras elétricas do Brasil”, afirma o head do Americanas Mercado.
Na Via Varejo, o objetivo é ampliar o sortimento de produtos dessa categoria. “Teremos cada vez mais produtos disponíveis e modalidades de entregas diferenciadas. Temos um grande desafio para entregar produtos perecíveis com validade curta e com restrição de temperatura, pois isso envolve uma malha logística com entregas no mesmo dia”, completa o executivo da Via Varejo.
Fonte: Super Varejo