Trabalhar com varejo é estar suscetível a passar por algum tipo de perda, mas mesmo tendo isso em vista, para avançar em estratégias mais ousadas de vendas e manter a saúde do seu negócio é necessário entender quais condições normalmente levam às perdas e então traçar soluções de prevenção.
A 3ª Pesquisa ABRAPPE de Perdas no Varejo, apresentada em setembro de 2020, revela que o índice de 1,36% fez as perdas atingirem R$ 22,44 bilhões. A queda no índice de 1,38% (2018) para 1,36% (2019) representa em valores R$ 22,44 bilhões sobre a movimentação de R$ 1,65 trilhão do varejo restrito, segundo levantamento da SBVC (Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo).
No varejo, as perdas podem ser representadas pela gestão inadequada do estoque, geração errada de pedidos e até mesmo por avarias, furtos e roubo de produtos. As consequências em comum que qualquer um desses tipos de perda provoca são: redução da receita, que diverge da planejada no início da operação; comprometimento do faturamento; e, consequentemente, impactos aos compromissos financeiros da empresa.
A Prevenção de Perdas tem como finalidade justamente antecipar esses acontecimentos, por meio de soluções que mitiguem ações mal-intencionadas ou erros funcionais. Desta forma, algumas responsabilidades são indispensáveis para realizar a prevenção, tais como: cadastro qualificado dos produtos, controle do estoque, atualização do sistema, análise de performance e rastreabilidade do produto, quando necessário.
Por que é fundamental prevenir perdas?
Provavelmente, ao ler este post até aqui, você já deve imaginar algumas respostas. Mas sempre é importante reforçar que qualquer perda no varejo ou na indústria pode causar impactos negativos à rentabilidade e aos resultados financeiros da empresa. Sem contar a imagem da marca, que pode ser prejudicada diante dos seus colaboradores, clientes, fornecedores e do mercado em geral.
O tema é tão importante, que existe até uma organização independente e sem fins lucrativos que fomenta a prevenção de perdas como cultura, por meio da capacitação, geração de estudos, troca de experiências, networking e outras práticas.
A ABRAPPE (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas), mesma instituição que citamos no primeiro bloco junto à pesquisa, tem como premissa transformar cada vez mais a prevenção de perdas em uma área estratégica que contribua, de forma sustentável, para o aumento da rentabilidade dos negócios no Brasil.
Primeiro passo
Aplicar a Prevenção de Perdas em uma empresa exige planejamento e o engajamento de toda equipe, para que a ação se consolide na cultura corporativa. Por isso, o primeiro passo é conscientizar todos os colaboradores sobre o assunto, citando os benefícios gerais de evitar as perdas, assim como os impactos relacionados à falta de um planejamento ordenado para esta finalidade.
O passo seguinte é mapear e identificar o quanto se perde hoje na empresa e, a partir daí, propor ações, políticas e metas para a equipe, acompanhando a evolução das perdas. A tendência é que este processo seja aprimorado e progressivamente ajustado à realidade da empresa.
Indicadores de Prevenção de Perdas
No tópico anterior falamos sobre “mapear e identificar o quanto se perde hoje na empresa”. Mas de que forma controlar algo que não se pode medir?
É neste ponto que entram os indicadores, que realizam o monitoramento dos índices de perda, possibilitando construir um histórico que é analisado para identificar quais indicadores melhoraram, quais ficaram estagnados e quais tiveram maior número de ocorrências. Desta forma, é possível comprovar se houve ou não evolução nos resultados e começar, de fato, a controlar e prevenir as perdas.
O método é uma maneira de avaliar o estoque, por exemplo, assim como as perdas, de forma quantitativa ou qualitativa, e assim identificar quais são os aspectos relacionados com mais frequência às incidências e as possíveis consequências dessas perdas.
O nome “Indicadores de Prevenção de Perdas” não é à toa, pois além da análise e do mapeamento dos principais problemas que geram as perdas, eles servem como base para a criação de um plano estratégico com ações corretivas para tratar a raiz dos problemas apurados.
Por intermédio dos indicadores também é possível melhorar a tomada de decisões estratégicas, já que a empresa terá informações concretas sobre a movimentação de produtos com maior ou menor giro, devido a perdas ou vendas.
Cadastramento de produtos
O que você deve entender é que todos os processos fazem parte de uma espécie de teia, ou seja, estão de alguma forma interligados. Por isso, um depende do outro para que as perdas realmente sejam prevenidas.
Realizar o cadastramento dos produtos com dados qualificados, portanto, também é indispensável, pois melhora expressivamente os indicadores de prevenção de perdas, já que ajuda a analisar melhor os processos internos, traçar estratégias comerciais, melhorar a movimentação logística de mercadorias e os níveis de resposta dos consumidores.
Lembre-se que, quando tudo está mais centralizado, é mais difícil perder informações importantes e controlar as perdas. Todavia, isso só é conseguido quando há o cadastramento qualificado dos produtos, para que as informações sobre eles sejam facilmente analisadas e gerenciadas.
Ter menos dados perdidos também significa menos decisões incorretas ou mal orientadas, o que gera ganhos financeiros, oferece uma experiência de compra satisfatória para o cliente final, traz mais segurança e visibilidade à empresa em seu nicho de atuação.
Prevenir é melhor do que “contornar” o problema
Como pôde ser observado, a prevenção de perdas é uma ação diretamente relacionada aos bons resultados de uma empresa. Sendo assim, um passo você já deu, que é conhecer mais sobre o assunto, agora tente se questionar sobre quanto o faturamento da sua empresa diminui com as perdas e quais ações têm sido ou deveriam ser implementadas para controlar e, acima de tudo, prevenir este cenário?
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