Como convencer brasileiros, em plena crise econômica, a entrar numa loja onde um anel pode custar até R$ 130 mil? Para a Tiffany&Co, uma das respostas foi ampliar seu público-alvo. A empresa criou uma página no Facebook, para que a marca ficasse mais conhecida no Brasil. “Investimos alto em comunicação para melhorar o relacionamento com os nossos fãs e mostrar que qualquer um é bem-vindo em nossa loja”, diz Luciana Marsicano, diretora-geral da Tiffany&Co Brasil.
Época NEGÓCIOS passou uma manhã na loja da marca no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, para conversar com Luciana e Jonathan Bruckner, vice-presidente da Tiffany&Co para América Latina. No papo, os executivos discutiram inovação, transparência, sustentabilidade, além de destacar as principais diferenças do mercado brasileiro para o norte-americano — a Flórida, por exemplo, é um pedacinho de Brasil, diz Bruckner, pela alta quantidade de turistas brasileiros. “Trabalhar com a região ajudou a entender como o país funciona”, diz o executivo, no cargo de VP há um ano e meio e na Tiffany&Co desde 1992.
O desafio de seu time no Brasil não é desprezível. Referência no mercado de luxo, a Tiffany&Co se viu obrigada a enfrentar nos últimos anos uma grave crise econômica, uma das piores já enfrentadas pelo país. “Sempre há desafios, não importa o mercado. A Tiffany&Co tem quase dois séculos de história. Definitivamente, não estamos aqui pelo agora. Não temos vergonha de investir para crescer’, afirma Bruckner.
Mesmo assim, o executivo garante que está com um “grande sorriso no rosto” sobre os resultados no país. “O que eu posso dizer é que estamos felizes e com desempenho acima da média do mercado”, diz. O VP, entretanto, não revela os números da companhia que comprovem sua tese.
Inovação
No campo da inovação, Bruckner diz que a Tiffany&Co tem cada vez mais adicionado tecnologia a processos ao redor do mundo. Os principais exemplos seriam automação em parte da produção para levar os produtos aos clientes com mais velocidade e o uso de big data para aumentar o tempo de frequência dos clientes no site da empresa. O mais ousado investimento fica no campo de inteligência artificial. Bruckner diz que a empresa tem usado análises preditivas para suas campanhas de marketing. “São passos iniciais, mas o que queremos fazer é encontrar as pessoas certas para os produtos certos. Queremos nos certificar que nossos clientes estão recebendo a informação correta”.
Ainda no campo da informação, a empresa tem atuado para aumentar a transparência. Em janeiro deste ano, ela anunciou uma política global de 100% de transparência da proveniência de seus diamantes. Quem comprar um diamante da marca terá acesso a informações básicas, como país de origem, região e mina de extração do produto
Fonte: Época Negócios