O varejo seguirá no rumo de transformação tecnológica e consumo mais consciente, de acordo com avaliação da WGSN, empresa de análise e previsões de tendências. A partir desse estudo, a companhia identificou nove movimentos de mercado, que ditarão o futuro do varejo e como os consumidores irão se comportar.
1 – Consumo como ato político
Agora mais do que nunca, mudanças políticas influenciam as compras. É necessário saber onde e como os produtos são feitos. Por essa razão, marcas precisam ter seu posicionamento alinhado aos interesses dos clientes, principalmente em faixas mais jovens. A Make it British, por exemplo, descobriu que 93% dos consumidores britânicos pagariam mais por roupas, alimentos e outros itens feitos no país; aumento considerável dos 50% registrados em 2013. Outras empresas utilizam de sua visibilidade para engajar em algumas causas de relevância social, como é o caso da Avon com a campanha contra violência feminina chamada “Você não está sozinha”.
2 – Intimidade baseada em dados
Conforme os varejistas coletam mais dados dos usuários, a inteligência emocional ganha destaque. Por isso, marcas devem encontrar novos caminhos para criar relações mais íntimas com os consumidores. Um case bem-sucedido neste sentido é da plataforma ‘Alexa’, que identifica o humor do usuário por meio do tom de voz para melhor atendê-lo. Esse exemplo mostra como a tecnologia pode ser fundamental para ter mais proximidade de seus consumidores.
3 – Preocupação com privacidade
Diante de grandes escândalos envolvendo venda de informações pessoais de usuários do Facebook e Google, a preocupação com a privacidade é crescente entre a população. No ano passado, 44% dos usuários da rede social entre 18 e 29 anos deletaram o aplicativo de seus aparelho e 64% deles ajustaram as configurações de privacidade. Neste cenário de desconfiança, em que os consumidores passam a controlar melhor seus dados, será necessário criar estratégias para conquistar a confiança dos clientes. Ativações que incentivem as pessoas a se desconectarem, como parceria Childish Gambino e a Adidas é um bom exemplo de ação neste sentido.
4 – Reinado da inteligência artificial
A Inteligência Artificial (IA) é motor de inovação em todas as partes da cadeia de valor e já realidade nos negócios. Segundo uma pesquisa do MIT Technology Review e da Genesys, 90% dos executivos entrevistados usam IA para melhorar a experiência de compra. Além disso, 70% dos respondentes que implementaram a IA disseram ter aumentado sua receita.
5 – Sustentabilidade é um requisito
Atualmente as pessoas anseiam por uma experiência de consumo mais ecológica nas lojas. Por isso, reduzir as sobras, usar menos plástico em produtos, utilizar energias renováveis e cadeias de suprimento responsáveis estarão cada vez mais em voga. Os varejistas devem considerar estratégias atreladas à questão para reduzir o uso dos recursos em sua cadeia de suprimentos e gerar nova fonte de receita. Para sair na frente, a rede IKEA já sinalizou que se tornará exportadora de seu excedente de energia até 2020.
6 – Lojas como serviços
Criar estratégias para trazer inovações às lojas continua em alta. Para isso, varejistas e empreendedores buscarão espaços comerciais flexíveis e passíveis de alugar por curto prazo para novas marcas, como a loja de departamentos Neighborhood Goods, que congrega marcas de origem digital em pequenos espaços alugados na loja.
7 – Vender por meio de histórias
Os conteúdos em vídeo ganham destaque como a próxima tendência do consumo. Aproveitar o consumo ávido de tecnologias como uma nova oportunidade de levar conteúdos mais longos aos usuários que contem com dispositivos mais interativos é uma solução interessante.
8 – Repensando o delivery
As entregas em casa sem a presença do morador ganham força entre os consumidores. Neste sentido, varejista vão aperfeiçoar métodos de entrega para oferecer cada vez mais conveniência a seus clientes e diminuir custos. iFood Box, armário com nichos e isolamento térmico, no qual entregador deixa o pedido e não precisa esperar pelo usuário na portaria já virou exemplo. As portas do armário só podem ser destrancadas com o app. Isto permite, também, que o morador possa fazer o pedido antes de chegar em casa, sem precisar se preocupar com a hora que a comida será entregue.
9 – Relações mais próximas com os produtos
Os consumidores desejam ter um papel maior no ciclo de vida dos produtos que compram e abrem portas para novas oportunidades. O mercado de manutenção e revenda: mais que prolongar a vida útil dos produtos, há um interesse em participar de seu processo de criação. A App Studio Connect, da Target, já permite que clientes frequentes participem da Co criação dos produtos e deem sua opinião, em troca de vales presente.
Além dessas, outras tendências impulsionam o mercado desde 2017, como experiência integrada entre humanos e tecnologia, comando de voz, significação de compra e venda de experiências como produtos, além da preferência da geração Y por maior custo benefício.
Fonte: Super Varejo