O site de comparação de preços Zoom anunciou nesta terça-feira a compra do Buscapé, que pertencia à Naspers. O negócio, que inclui as marcas Buscapé, Bondfaro, QueBarato e Modait, precisa de aprovação do Cade e não teve os valores revelados. A expectativa é que o negócio seja concluído no segundo semestre.
Com a operação, o Zoom chegará a um volume de vendas (GMV) de R$ 5 bilhões em 2019, geradas para mais de 2 mil lojistas. “Esse é mais um grande marco na trajetória do Zoom. Com esta aquisição, reforçamos nosso objetivo de ser um grande parceiro e gerador de venda para os lojistas e atingiremos 30 milhões de usuários por mês com o propósito de ajudar o brasileiro a comprar consciente”, disse Thiago Flores, presidente do Zoom, em comunicado.
A companhia foi criada em 2011 e integra o portfólio da Mosaico, empresa de investimentos na área de tecnologia que pertence a Guilherme Pacheco, José Guilherme Pierotti e Roberto Malta, fundadores do Bondfaro e ex-sócios do Buscapé.
A Naspers estava em busca de um comprador para o Buscapé desde meados de 2018. Foi a segunda tentativa do grupo sul-africano de se desfazer do ativo. Em 2015 houve uma tentativa se desfazer da empresa adquirida em 2009 por US$ 342 milhões – por uma fatia de 91% que nos anos seguintes chegou a 100%. Mas o valor pretendido, na faixa de US$ 300 milhões, fez as conversas se encerrarem.
Fontes consultadas pelo Valor disseram à época que o objetivo era uma venda total, mas não souberam precisar o preço, porque não se interessaram em avançar no processo de análise. Mas a avaliação era que o grupo teria dificuldades para vender a operação por conta do cenário econômico no Brasil.
Em junho do ano passado a Nielsen comprou a Ebit, consultoria que pertencia ao Buscapé. O Valor apurou na ocasião que a operação teria sido uma forma de o Buscapé levantar recursos para manter as operações em funcionamento. A empresa tentava mudar seu modelo de negócios para concorrer no segmento de “marketplace” com o MercadoLivre. Mas essa mudança exigia investimento e a Naspers não estava interessada em colocar dinheiro na operação. Em 2017, o Buscapé registrou prejuízo de R$ 40 milhões, segundo uma fonte.
“A Naspers tem orgulho de ter ajudado a tornar o Buscapé uma das marcas líderes do e-commerce no Brasil. A Naspers continua comprometida com o Brasil e continuará a operar e investir nesse importante mercado nos setores de classificados online, delivery de comida, pagamentos e fintech, entre outros, por meio de empresas como OLX, iFood e PayU”, disse Pat Kolek, diretor de operações da Naspers, em comunicado.
Fonte: Valor Econômico