Por Déborah Oliveira | O Magalu, gigante brasileira de tecnologia e varejo, anunciou hoje (12/12) o lançamento oficial da sua oferta de solução de computação em nuvem, o Magalu Cloud. André Fatala, vice-presidente de Plataforma do Magalu, compartilhou em evento com parceiros, clientes e imprensa a visão que impulsionou a iniciativa. “Fomos em busca de talentos no Brasil e fora. Todos para construir e trabalhar em uma única missão: a primeira cloud brasileira de escala global.”
O serviço surge como um complemento ao mercado existente, especialmente voltado para atender pequenas e médias empresas. A proposta da Magalu Cloud é proporcionar serviços a um preço acessível, democratizando o acesso à tecnologia.
Com o Magalu Cloud, o Magalu não apenas entra no mercado de nuvem, mas busca redefinir o cenário nacional de cloud – e por que não global -, proporcionando uma opção genuinamente brasileira, acessível e inovadora para empresas de todos os tamanhos.
Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magalu, destacou a inovação como parte do DNA da empresa e como a oferta está em linha com essa proposta. “Eu adoro uma novidade e quando me trouxeram a nuvem, fiquei muito entusiasmada. Ter uma nuvem brasileira é muito bom. Vamos somar nesse mercado.”
Fred Trajano, CEO do Magalu, compartilhou o histórico de inovação da empresa, desde a criação do e-commerce em 2000 até o desenvolvimento do Luiza Labs, que desempenhou papel crucial na transição da gigante para a nuvem. Ele enfatizou a importância de capacitar os desenvolvedores e a necessidade de uma nuvem própria para impulsionar a velocidade e a eficiência de projetos inovadores.
O lançamento da Magalu Cloud não é apenas uma iniciativa comercial, é um chamado à colaboração, revelaram os executivos da empresa. Kiko Reis, head do Magalu Cloud, destacou os diferenciais da oferta, como preço competitivo em real, informações em português, e presença e engenharia local. “Nosso foco é prover infraestrutura de qualidade ao menor custo possível. O lançamento é também um chamamento para construirmos juntos.”
Silvio Meira, membro do conselho do Magalu, contextualizou o lançamento no cenário da evolução da tecnologia. Ele comparou a transição para a nuvem à revolução proporcionada pela eletricidade no século 20, afirmando que vivemos uma mudança radical no mercado.
A disponibilidade pública do Magalu Cloud está previsto para o primeiro trimestre 2024, mas já é possível ter acesso antecipado à plataforma. Algumas empresas, inclusive, já estão usando o serviço, como FastZap, plataforma de atendimento ao cliente, que buscou na nuvem velocidade para disponibilizar seus produtos para o mercado.
Magalu Cloud: como tudo começou
Fatala, um dos principais impulsionadores do projeto, frisou o impacto positivo da nuvem no Magalu desde 2010. Ele compartilhou resultados surpreendentes do uso de cloud, incluindo a transformação digital, o crescimento exponencial do negócio e a redução significativa nos custos de nuvem.
Com mais de 30% dos workloads do Magalu rodando na MagaLu Cloud, a empresa já experimentou os benefícios da eficiência e da redução de custos. Reis detalhou as características técnicas da nuvem do Magalu, enfatizando a presença em diferentes regiões do Brasil e a diversidade de produtos oferecidos. Para a oferta, o Magalu conta com dois data centers, no modelo de colocation, em parceiro não divulgado: uma na grande São Paulo e a segunda em Fortaleza.
A oferta atualmente concentra-se em quatro pilares: computação, armazenamento, rede e serviços de dados, tudo isso turbinado com inteligência artificial (AI). Apesar de os valores não terem sido revelados, Reis sinalizou que os custos do Magalu Cloud são 43% inferiores às demais ofertas disponíveis atualmente e 28% globalmente.
A segurança e o compliance foram aspectos essenciais abordados por James Troup, destacando a parceria com a Chainguard. Alexandre Amorim, diretor-presidente do Serpro, participou do evento, destacando a importância da colaboração para garantir segurança, confiabilidade e preço justo.
Vaner Vendramini, Field CTO do Magalu Cloud, indicou a integração com parceiros, como Datastax, IBM Watson, Google Cloud e outros, fortalecendo o ecossistema brasileiro de tecnologia.
Adelson de Sousa, fundador do Distrito Itaqui, também participou do lançamento, endossando a necessidade de o Brasil gerar inovação local. Ele aproveitou o momento para anunciar parceria educacional com o Magalu para a capacitação de talentos em larga escala em tecnologia.
Inovação entre players já estabelecidos
Reis contou que o Magalu Cloud chega depois da oferta de gigantes, como AWS e Google, mas o que torna a oferta diferente é seu modelo incremental para pequenas e médias. O movimento do Magalu, inclusive, é muito parecido com o da varejista norte-americana Amazon, que tem a oferta de cloud com a Amazon Web Services (AWS), mais focada em gigantes. Hoje, inclusive, a maior parte dos resultados da Amazon vêm da AWS.
Segundo Reis, o investimento em cloud do Magalu até o momento é menor em um ano do que todo o gasto público em cloud que a empresa fez até agora, provando a proposta de valor do produto.
“Esse é um projeto de longo prazo. Não é só preço. É sobre empacotamento e inovação. Os produtos de cloud foram criados em 2006 e a abordagem das fornecedoras é a mesma desde então. Hoje, nos modelos tradicionais, quanto mais se usa a cloud, mais se paga”, alfinetou ele.
Reis acrescentou ainda que o jogo de cloud ainda está em plena execução e que ele não vai ficar com apenas três empresas grandes jogando. “Eu não consigo imaginar um mundo que não faz um negócio diferente. Temos de questionar. Há espaço para criar”, observou.
Fonte: IT Forum