Quando foi fundado, em 1963, o hoje Grupo Livrarias Curitiba nasceu sendo um varejista e também um atacadista, distribuindo, na época, livros de editoras como Melhoramentos e Ática. Ao longo desses 54 anos, as marcas Livrarias Curitiba e Livrarias Catarinense, que integram a holding, cresceram e ficaram marcadas na memória da população da região Sul do país como uma referência quando o assunto é livrarias. A rede hoje é dona de 27 livrarias nos estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Sem jamais abandonar esse ativo, a inserção no varejo de livros no país, o grupo decidiu ampliar a sua participação no atacado. Hoje, segundo dados apresentados pela empresa, esse canal é responsável por 35% das vendas de livros e atende mais de mil empresas de todos os portes e em todo o território nacional, com especial enfoque, claro, na região Sul.
E esse número deve crescer. Até o fim de 2017, a empresa espera ampliar a participação do atacado em 5% na comparação com 2016. Com a medida, o grupo espera compensar a lentidão do varejo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, o varejo de livros, jornais, revistas e papelaria sofreu queda de 16,1% nas suas vendas. “Quando o livro perde, o livreiro perde”, disse Elga Pedri, diretora de Atacado do Grupo ao PublishNews.
Para chegar lá, Elga tem regido uma série de ações de fidelização de clientes, de aproximação com fornecedores e de melhoria do mix de produtos. “Harry Potter tem em qualquer lugar. Se eu não tenho um bom atendimento, agilidade e pronta entrega, o livreiro não vai comprar de mim”, ressaltou a diretora.
Uma das ações de destaque é a campanha Eu Chego Lá, que dá aos clientes do atacado bônus mensais conforme o volume de compras e acumula pontos para trocar por prêmios no fim do ano. Na campanha de 2017 – que iniciou em 1º de fevereiro e vai até 31 de dezembro – os mimos incluem desde caixas de som Bluetooth, Apple TV, iPhone 7, cruzeiros marítimos, pacotes de viagens pelo Brasil, África do Sul, EUA, Japão, carro de luxo e até uma lancha náutica avaliada em R$ 72 mil. “Muito do nosso crescimento de vendas é resultado dessa campanha”, destacou Elga.
A diretora aponta ainda que consegue, justamente por também ser uma varejista e realizar grandes volumes de compras junto às editoras, dar melhores condições de preço e prazo aos seus clientes do atacado. “Isso nos tona muito agressivos na competição por clientes”, disse ao PublishNews.
Além disso, a expertise da empresa como varejista serve de apoio aos seus clientes. “Temos condições de fazer uma curadoria de estoque, por exemplo. Indicamos livros que têm mais potencial. Procuramos fazer um mix perfeito para o ponto de venda de cada um dos nossos clientes”, garantiu a empresária. “Há pessoas que estão há 10, 20 anos trabalhando conosco. Com isso, elas conhecem bem cada cliente, já estiveram no ponto de venda, sabem o que gira na loja”, completou. Elga aponta que muitas vezes os pequenos livreiros têm dificuldade em realizar ações de marketing que podem impulsionar a venda de livros. A saída encontrada pelo grupo foi oferecer “enxovais” contendo marcadores de páginas, adesivos para vitrines, cartazes e outras peças publicitárias para campanhas pontuais como Dia das Mães, Black Friday e Dia dos Namorados.
Fonte: PublishNews