Para aqueles que já leram os dois artigos anteriores em que apresento os novos caminhos tecnológicos para o varejo livreiro, falo agora da evolução das interações atuais que o cliente tem com as livrarias, com mais um exemplo real, incluindo o cliente final nesta equação, conforme já anunciado. Você que chega agora, dê uma olhada nos artigos anteriores para aproveitar o valor das informações a seguir. Vamos avançar em nosso exercício de inovação?
Veremos na prática como a evolução do mercado deve seguir, como as adaptações são necessárias, levam tempo, mas dão frutos. O trabalho das livrarias e editoras para acertar na percepção do que o cliente quer não significa apenas escolher os produtos mais vendidos na boca do caixa para fazer o mix de cada loja. Podemos agregar a isto o que o cliente “pensa”, em tempo real, para novas decisões.
Neste nosso tempo de rever formatos para as lojas físicas, é muito útil observar o que foi realizado recentemente pela Livraria da Vila ao adequar sua grandiosa loja do Shopping JK a um novo tamanho, mix de produtos e fluxo de clientes. Outras redes, como a Fnac, também seguiram este movimento, com a sua loja do Morumbi. Mas a diferença aqui é como cada processo foi feito, e como a inteligência de mercado pode e deve auxiliar neste caso.
Livraria da Vila, a primeira
Em 2013, a Livraria da Vila foi a pioneira ao mudar seus parâmetros e abrir suas portas para esta nova fase do mercado. Mas o que podia ser dito ao Flávio Seibel, CEO da rede, naquela ocasião, além dos mesmos preceitos que já compartilhei com você em artigos anteriores? Eis o avanço, já naquele momento: “é possível medir o ‘desejo’ ou ‘ curiosidade’ do cliente sobre determinado produto, mensurando assim o que ele deixou de comprar, criando um mapa de intenções de compra que podem nos servir de guia para mudar o cenário presente e ofertar a este cliente outras oportunidades de compra, do mesmo item ou de outros similares. Conseguimos criar o ‘carrinho virtual’ tal qual já existe no e-commerce, através da união de tecnologia e vivência prática, mas agora no mundo físico, onde podemos seguir o seu rastro”. E, para nossa satisfação e orgulho, Flávio completou: “é, precisamos disso!”
Assim em 2014 foi instalada a solução PriceCheck, desenvolvida pela Geeksys, em sua loja do Shopping JK, e tamanho foi o movimento e reação de acerto de Flávio quando viu os números e indicativos em sua frente, que merecem ser conferidos aqui, neste vídeo que registra o projeto:
O que acha desta realidade? Pois é assim que deve olhar para a gestão e manutenção de vendas de livros no mundo: como realidade. E este caminho é o mesmo para reavaliar posturas e estratégias, pois foi assim que a Livraria da Vila, na primeira fase de sua loja do Shopping JK, usou este software para a mensuração e análises necessárias dos perfis, títulos e quantidades de produtos que seriam mais adequados e fariam parte da reestruturação da nova loja inaugurada no mesmo shopping, no mês de maio passado:
Bingo! Eis o uso correto de uma ferramenta de inteligência de mercado: permitir e fazer com que ela seja orgânica, o tempo todo, e através de sua exposição e convivência, torna-se fácil criar e acompanhar a evolução do seu negócio. Introduzir isto é questão de sobrevivência, antes da geração natural de lucro. E foi o que a Livraria da Vila fez. Agora você pode conferir seu novo mix dentro da nova loja e acompanhar aqui sua evolução:
A Livraria da Vila reduziu o tamanho da loja de 1.700 m² para 500 m² e aumentou sua eficiência ao otimizar o mix de produtos de 100 mil para 45 mil itens baseado na intenção de compra dos consumidores.
E a Amazon? Afinal, o que ela tem então em comum com a Vila?
A mesma tecnologia. Estão circulando na internet fotos da nova loja de Nova York, como você já deve ter visto. Pois trata-se do mesmo princípio que aplicamos na Livraria da Vila, desde 2013. As métricas que fazem a exposição dos livros serem mais orgânicas e assertivas, já são as vivenciadas aqui há quatro anos e aparecem agora também na gigante americana neste vídeo de 2017, logo abaixo:
Entre diversas ações, os livros são elencados de acordo com as consultas dos clientes, fornecendo exposições focadas e fazendo cruzamentos de assuntos correlatos para estes comprarem outros títulos que complementem seus interesses, dentro dos relatórios gerados à loja.
A pergunta que fica agora é quem vai acompanhar a Vila nesse tecnologia e se antecipar à Amazon no Brasil?
Fonte: PublishNews