4 lições e um erro de gestão do Dr. Consulta para quem quer empreender

Ajudar a resolver um grande problema que já existe no País. Este é, basicamente, a origem de empresas de impacto social, que caminham no chamado setor 2.5 – aquele que fica entre o setor privado e ONGs. São negócios que resolvem de fato um problema, mas que, sim, têm receita e lucro como qualquer companhia do setor privado. É nesta categoria que está o Dr. Consulta, uma das scale ups que mais crescem no Brasil.

Filho de médico, Thomaz Srougi, um dos fundadores da marca, não entendia porque um profissional especializado não conseguia fazer dinheiro, bem como viu nas longas filas do SUS uma oportunidade para criar um negócio. Inaugurou, então, uma clínica em Heliópolis, em São Paulo, em 2011, para começar a testar um modelo de atendimento particular a baixo custo.

Em 2012, com baixa demanda, decidiu repassar o negócio. Contudo, uma reportagem sobre a marca e seu possível fechamento quadruplicou a procura. “A gente percebeu que somente 1% do nosso entorno nos conhecia. A gente não fez inauguração e não tínhamos investido em marketing, porque estavámos preocupados em adaptar o modelo”, contou o empreendedor, durante o blasU, evento de empreendedorismo e inovação, que acontece nesta semana, em São Paulo.

Nesse caminho, o empreendedor e seus sócios, passaram por situações que os fizeram aprender grandes lições. Durante o evento, Srougi contou quais foram essas lições e revelou um grande erro de gestão.

1. Alinhar expectativas

“Uma das principais coisas que fizemos certo foi alinhar as expectativas de todos que estavam conosco e elas eram muito baixas”, contou o empreendedor. E isso envolve vida pessoal e profissional, disse. Durante a concepção do negócio, ele contou que era esperado, claro, que todos ganhassem dinheiro, mas não era o primeiro foco. Para se ter uma ideia, ele somente começou a receber há pouco mais de um ano.

2. Foco

Essa é uma das principais lições do empreendedor. “Isso é muito difícil, porque no meio do caminho existem várias coisas que te dispersam e porque tem muita oportunidade e muita coisa a ser feita. Meu papel é saber o que a gente não vai fazer”, disse. Focar na essência do negócio foi uma grande lição e é o que ajudou a companhia a crescer. “A gente sempre tem em mente que as soluções que a gente bolar precisam funcionar em escala”, disse.

3. Gente e gente boa

Não dá para fazer nada sozinho, disse o empreendedor. “Aprendemos que seríamos tão bem-sucedidos quanto fossem as pessoas que estavam com a gente”, disse Srougi. Nesse sentido, a empresa não se limitou ao contratar pessoas boas. “Para atrair gente boa, a gente precisa ter autoconfiança e saber no que a gente é bom e no que a gente não é bom”, avaliou.

“Gente boa atrai gente boa e as coisas acontecem de forma rápida. Quando você atrai isso, consegue colocar as pessoas na mesma direção e com os mesmos valores”, contou.

4. Compartilhar o sucesso

Diferentemente da maioria das empresas do setor privado, onde o sucesso se traduz em bônus e retornos financeiros para um pequeno grupo de diretores, no Dr. Consulta a partilha do sucesso é regra. “Não temos medo de compartilhar sucesso. Aqui, médico tem de ganhar dinheiro sim e não tem problema algum com isso. Temos mais de 150 sócios investidores de todos os níveis”, contou.

Um grande erro

Além das lições aprendidas, o empreendedor relevou à NOVAREJO um grande erro de gestão. “Sou daquelas essoas que começa a ter muitas ideias e, em algum momento, começa a fazer muita coisa ao mesmo tempo. Mas você percebe que não dá. Ainda assim, mesmo com gente falando para eu focar, não teve jeito – esse foi o meu maior erro. A gente poderia ter chegado muito mais longe se tívessemos feito menos coisas”, contou.

Novidades por aí

Srougi não revelou detalhes, mas ainda neste ano o Dr. Consulta vai aprender novidades ao mercado. E ela está relacinada ao atendimento ao consumidor de ponta a ponta. Hoje, as consultas conseguem resolver em torno de 97% dos problemas das pessoas.

Contudo, há outros 3% que precisam de atendimento mais complexo, como cirúrgias, que ainda têm custos elevados. A ideia pode girar em torno do financiamento desse custo. É esperar para ver.

Fonte: Novarejo

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