Fabricantes da indústria têxtil se uniram para criar uma coleção cápsula com o objetivo de incentivar o setor de moda a buscar produtos da indústria nacional
Por Raquel Brandão
Fabricantes da indústria têxtil se uniram para criar uma coleção cápsula com o objetivo de incentivar o setor de moda a buscar produtos da indústria nacional. Batizado de Coletivo Cria, o grupo reúne Cataguases, Dalila Ateliê Têxtil, Lancaster, Perfeito, RenauxView, Tecnoblu e Texneo que, juntas, somaram um faturamento de mais de R$ 1,2 bilhão.
De terça (20) a quinta-feira (22), o Coletivo Cria apresenta a coleção sob o tema Fluídos, além de realizar painéis e debates. Para o desenvolvimento, a consultora Lili Tedde usou como inspiração os livros de tendências do Studio Edelkoort, da holandesa curadora e educadora Li Edelkoort.
O evento acontece na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, com o objetivo de ser uma espécie de “salão de tendências” para o setor de moda brasileiro, diz Rodrigo Zen, diretor criativo do Santa Catarina Moda e Cultura (SCMC), organização na qual o Coletivo Cria surgiu, em 2021.
“Precisávamos fazer esse mercado novamente entrar em movimento”, conta André Klein, presidente da Dalila Ateliê Têxtil, sobre a primeira a primeira coleção criada pelo grupo, em evento realizado no ano passado.
Dados da consultoria especializada IEMI, apontam que, em 2021, a indústria ligada ao vestuário produziu 9,6% a mais do que em 2020, mas ainda ficou abaixo do patamar de 2019, ano pré-pandemia.
Para este ano, o setor está ainda mais otimista, dada a demanda aquecida do setor nos últimos meses. Até julho, o varejo de tecidos, vestuário e calçados acumula alta de 11% ante mesmo período de 2021, segundo pesquisa do IBGE.
“Os primeiros meses não foram tão bons quanto a gente esperava, mas a partir do segundo trimestre começou uma retomada muito forte e agora já tem um cenário bem diferente. Estamos bem esperançosos com a retomada”, diz Roberta Francieli Tomelin, da Lancaster.
Essa também é a percepção da fabricante de tecidos sintéticos Texneo, que mais recentemente tem registrado forte demanda por seus produtos, muito utilizados na confecção de roupas para academia. “Estávamos um pouco mais ‘amenos’ para começar a crescer, mas o segundo semestre está caminhando para um 2023 de crescimento”, diz Karin Froehlich, gerente de marketing da empresa.
Do lado dos custos de produção, linha importante que diminuiu a rentabilidade do setor nos últimos dois anos, também começam a aparecer sinais positivos e de alívio, ainda que limitado. “Em 2021, o começo foi mais difícil em questão de disponibilidade de matéria-prima. Esse ano está mais estável e inflação também começa a dar uma acalmada. A expectativa é encontrar estabilidade”, diz Klein.
Fonte: Valor Econômico