Fechamento de lojas e diminuição do ritmo de inaugurações. Essa tem sido a tônica do grande varejo farmacêutico norte-americano. No dia 6 de agosto, a Walgreens divulgou que fechará 200 lojas no país e, um dia depois, a CVS Health comunicou que vai desacelerar o ritmo de abertura de novos pontos de venda.
Mas o que poderia soar como uma crise é tratada como uma transformação no modelo das duas redes, que buscam oferecer aos clientes mais motivos para visitarem suas lojas, ampliando os serviços de saúde e melhorando o sortimento de produtos. Segundo Brian Owens, vice-presidente sênior de varejo da consultoria Kantar, um dos motivos pelas quais as duas redes estão fechando suas lojas é a busca por um melhor posicionamento no futuro. Isso ocorre em função da mudança de foco do varejo, antes muito direcionada na dispensação de medicamentos e hoje mais centrada no consumidor.
Além das 200 unidades que a Walgreens começará a fechar a partir de setembro, a empresa também anunciou que pretende cortar US$ 1,5 bilhão em custos anuais até 2022. Enquanto isso, o vice-presidente executivo da CVS Health, Kevin Hourican, afirmou em teleconferência que a CVS planeja abrir somente 100 unidades este ano e 50 em 2020, além de anunciar o encerramente de 46 lojas devido ao baixo desempenho.
A CVS, que adquiriu a seguradora de saúde Aetna em novembro, planeja transformar 1.500 de suas lojas nos chamados HealthHUBs. Nesse conceito, uma parte significativa do PDV é dedicada a serviços e produtos de saúde, como aconselhamento nutricional e oferta de equipamentos para apneia do sono. Já a Walgreens firmou uma parceria com a LabCorp para a realização de testes laboratoriais nas unidades. Também anunciou a ampliação do acordo de cooperação com a seguradora Humana para abrir centros de saúde focados no idoso.
Analistas também afirmam que a concorrência da Amazon e de outras varejistas diminuiu as vendas de produtos de higiene pessoal, utensílios domésticos, alimentos e bebidas. Mesmo quando se trata de cosméticos, a Walgreens e a CVS, assim como outras redes estão competindo com outros varejistas especializados. No ano passado, a CVS redesenhou o departamento de beleza e amplou os serviços de hairstyling e maquiagem. A Walgreens se uniu à varejista online Birchbox e treinou 3.500 funcionários como consultores de beleza.
Fonte: Panorama Farmacêutico