Webinar discute transformação digital, explosão do e-commerce e desafios para atender às novas demandas dos clientes
Na pandemia, a comodidade de receber produtos em casa com rapidez e segurança foi um alento para milhões de pessoas que se viram obrigadas a seguir as normas do isolamento social. Transformou-se em aprendizado para consumidores e fornecedores e ficará como legado, com relacionamento e inovação cada vez mais aperfeiçoados.
Empresas que já trabalhavam na digitalização e na integração de serviços trouxeram os planos do médio para o curtíssimo prazo, na busca por agilidade, eficiência e diferencial competitivo.
Essas mudanças foram discutidas no webinar “Varejo e tecnologia: o futuro já começou”, realizado pela Editora Globo, com patrocínio da Oi Soluções e mediação da jornalista Milena Machado.
— Em todos os segmentos as empresas tiveram que dar um salto tecnológico. Inteligência artificial, analytics e machine learning entraram para a lista de prioridades. No caso do varejo, big data e analytics, aliados a plataformas de conectividade, permitem analisar o comportamento dos clientes, gerando insights que convertem em novas receitas, novas oportunidades e novas formas de atendimento — afirma o diretor de Vendas Estratégicas SP da Oi Soluções, Marcelo Leite.
O executivo citou as grandes demandas das empresas para acelerar a transformação digital:
— Investimos em ampliar soluções com o Oi Smart Office, nossa plataforma integrada para o trabalho remoto, que inclui conectividade, colaboração e cloud computing. Tivemos também alta demanda de soluções de segurança, devido às novas ameaças provenientes do trabalho remoto. Registramos um crescimento de 212% nas vendas desse serviço de segurança. Lançamos também solução Oi Wifi 4.0 que tem muita procura pelo varejo de alimentos, onde as vendas on-line explodiram que possibilita que as empresas analisem de forma segura os comportamentos dos clientes e organizem as informações extraídas de forma customizada e integrada com os principais sistemas de gestão do mercado.
Elaine Tavares, diretora do Instituto Coppead de Administração da UFRJ, destacou a valorização de empresas nacionais como outra marca da transformação digital na pandemia.
— A gente teve como lição a colaboração, desenvolver fornecedores locais e não ficar tão dependente de estrangeiros. O país cresceu muito nisso, mesmo passando por dificuldades econômicas. O grande momento agora é pensar na desburocratização na relação com o cliente, seguir os passos do que os melhores varejistas estão fazendo para ter uma relação mais próxima.
Outros desafios citados por Elaine são logística para fazer os produtos chegarem aos clientes, segurança cibernética, proteção de dados e privacidade, busca por talentos e capacitação de equipes e investimento estratégico, “para não jogar dinheiro em coisas não essenciais”.
Para o head de Inovação do GPA, maior grupo de varejo alimentar da América do Sul, Otávio Thomé, avançar na relação digital não significa perder a proximidade:
— Cada vez os clientes fazem uma compra, nos contam uma história e esses dados nos permitem fazer ofertas personalizadas, entender o comportamento de consumo, antecipar tendências, como a gente fez durante a pandemia. Estamos cada vez mais procurando estar onde, como e quando o cliente quiser.
Segundo Thomé, o GPA teve de antecipar planos de transformação digital por causa da pandemia e, ao mesmo tempo, mostrar ao consumidor que ele podia comprar a distância produtos como alimentos perecíveis.
— Nosso e-commerce chegou a níveis de crescimento de três dígitos, a gente tinha um centro de distribuição em março e em outubro estávamos com cinco. Na modalidade express, tínhamos em março 125 lojas e hoje estamos com 390. As histórias dos nossos clientes permitiram acelerar nosso planejamento em um ano e pouco. A gente tem uma relação de proximidade e muito humanizada, muitos de nossos clientes têm o WhatsApp do gerente da loja.
Os participantes concordaram que, apesar das disparidades do país no acesso à tecnologia, a chegada do 5G representará um salto não apenas no varejo, mas na medicina, no setor automobilístico, na gestão ambiental e no entretenimento. A Oi fez os primeiros testes de 5G em Brasília, com 460 quilômetros de rede.
— O 5G vai mudar muito a vida dos brasileiros e do consumo — afirmou Marcelo Leite.
Fonte: Época Negócios