Alto endividamento e desemprego fazem famílias segurarem gastos; negócios que atendem a esse público adiam expansão e tentam se adaptar ao momento
Por André Jankavski
Os últimos anos da varejista Colombo, voltada para vendas de ternos e roupas casuais para a classe C, têm sido bastante difíceis. Mesmo antes da pandemia, a empresa já vinha sofrendo com queda nas vendas e redução do número de lojas. Mas aí veio a crise da covid-19 e piorou tudo. Com os shoppings fechados, a empresa viu o seu faturamento despencar 50% no ano passado. Das 434 lojas que a companhia tinha, sobraram 117 franquias. Diante do tamanho do problema, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial no ano passado.
O caso da Colombo reflete uma realidade econômica mais ampla. De acordo com estudo da consultoria Bain & Company, as classes mais baixas foram as que tiveram a renda mais afetada pela pandemia. Mesmo com a criação e distribuição do auxílio emergencial, que injetou mais de R$ 300 bilhões na economia, quase 70% tiveram alguma perda em seus ganhos durante o período. Para piorar, 29% perdeu totalmente a sua principal fonte de renda enquanto 25% tiveram cortes em seus salários.
Fonte: Estadão