Varejista de moda tem feito uma gestão conservadora de estoques e redobrou esforços para fortalecer vendas digitais e multicanais
Por Cibelle Bouças
Se as medidas de isolamento social para conter o avanço da covid-19 durarem até maio, o varejo de moda vai enfrentar problemas com estoques de produtos, na avaliação do presidente da C&A, Paulo Correa.
“Há chance de reabertura do comércio ao longo de abril. Se isso acontecer teremos tempo para trabalhar o estoque das lojas sem muita pressão na margem. Mas se perdurar até maio, vai ser algo parecido com o ano passado, quando houve pressão para a venda dos produtos sazonais”, afirmou o executivo, fazendo menção às vendas das coleções de inverno, que costumam chegar às lojas após o Carnaval.
Correa acrescentou que a C&A tem feito uma gestão de estoques conservadora, como adaptação ao cenário mais incerto da pandemia. A empresa redobrou esforços no ano passado para fortalecer as vendas digitais e multicanais. Atualmente, todas as lojas da rede são integradas ao comércio eletrônico.
No quarto trimestre, as vendas no e-commerce — incluindo markeplace — cresceram 278%, para R$ 206 milhões. A receita líquida on-line da C&A no trimestre foi de R$ 157,3 milhões, aumento de 279% em relação ao ano anterior. De acordo com a companhia, 60% das vendas foram feitas pelo aplicativo da loja. O aplicativo da C&A teve 12,4 milhões de instalações no ano passado e apresenta em média acessos de 3,4 milhões de usuários únicos por mês.
Questionado sobre a possibilidade de incluir a C&A em algum novo markeplace, depois que a empresa fez parceria com o Enjoei.com, Correa disse que não está nos planos da companhia entrar em um novo marketplace no curtíssimo prazo.
Fonte: Valor Invest