Evolução de 127% nas vendas no intervalo de três meses, aumento de 37% no número de clientes atendidos por funcionário e redução do tempo de realização do inventário de uma semana para três horas. Esses indicadores da Bemol, rede com 25 farmácias na Região Norte do país, ajudam a sustentar o plano de expansão da BD Rowa™ no mercado brasileiro, por meio de suas soluções de robotização nas farmácias.
Após a aquisição da empresa alemã Rowa, a BD tornou-se uma das líderes globais no manuseio automatizado de estoque em farmácias e hospitais. Já tem mais de 10 mil robôs instalados na Europa e, no fim de 2017, iniciou sua aposta no mercado latino-americano ao implementar a tecnologia na então loja da Drogaria Onofre na Avenida Paulista. “Identificamos também que a percepção sobre os ganhos da robotização é muito grande entre redes regionais e até farmácias independentes”, observa Juan Carlos Esquivel, diretor da BD Rowa para a América Latina.
Na Argentina, por exemplo, a tecnologia já foi vendida para 30 drogarias. No Brasil, além de farmácias, a solução está presente nos hospitais Oswaldo Cruz (SP) e São Vicente de Paulo (RJ) e no centro de distribuição da MaxiFarma, de São José do Rio Preto (SP). “Estamos em um país continental, com quase 80 mil farmácias e cerca de 200 milhões de consumidores, o que deixa claro o potencial para expansão”, acrescenta Esquivel.
Como funciona?
O robô é desenvolvido com tecnologias que assimilam as práticas diárias de recebimento, armazenamento e distribuição de medicamentos. A automação otimiza processos de todos os tamanhos e gerando impactos reais na dinâmica da farmácia. Por meio dela é possível ter controle de vencimentos de medicamentos, acuracidade do inventário, ganho de espaço físico na loja, eficiência operacional na dispensação de medicamento além de ofertar uma experiência de compra diferenciada aos clientes.
Em média, oito segundos são necessários para a coleta do medicamento e entrega ao farmacêutico ou atendente por meio de um dispenser instalado no balcão de atendimento. Estima-se que o tempo despendido para essa tarefa seja 22 vezes mais rápido do que o manual. “A automação é factível ao mercado brasileiro por solucionar fatores críticos do setor farmacêutico, como investimento em estoque e espaço físico. E o robô foi concebido para se integrar aos sistemas de logística da rede, garantindo uma instalação ágil e de baixa complexidade”, comenta Walban Souza, diretor de Soluções de Gerenciamento de Medicamentos no Brasil.
Caso de sucesso
Há cinco anos, como integrante do grupo de jovens líderes empresariais do Fórum Econômico Mundial, Denis Benchimol Minev (foto) embarcou para a Suíça e encantou-se com a robotização em uma drugstore local. Com 23 lojas de departamento e 25 farmácias no Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, o empresário voltou ao Brasil convicto da necessidade de adotar esse modelo – já que o varejo farmacêutico é um segmento em transformação e a automação contribui para que ele seja mais competitivo.
Minev amadureceu a ideia, preparou a operação, os colaboradores e o time de TI e se surpreendeu positivamente, especialmente nesse último aspecto: “A integração de sistema é o maior desafio para qualquer área de TI e com o ROWA foi relativamente simples, já que a BD tem experiência em desenvolver o robô para se adaptar a qualquer sistema”, ressalta. A implementação foi efetivada em janeiro deste ano na loja da Avenida Djalma Batista, um centro do comércio movimentado de Manaus (AM).
A receita média mensal da unidade quase triplicou nos últimos meses. Em grande parte, isso foi possível com a eficiência operacional do robô, já que a loja chegou a funcionar 24 horas por dia e atendeu à elevada demanda. “Manaus foi a primeira cidade a registrar um grande surto enorme da Covid-19 e durante um período fomos uma das únicas lojas a ter azitromicina. Outro fato que também levou a migração de mais clientes é que muitas lojas em shoppings tiveram de ser fechadas. A agilidade do atendimento foi três vezes maior, com menos contato humano e aglomeração, funcionando com a mesma equipe de antes”, revela.
Outro ganho expressivo é a capacidade de armazenar o mesmo volume de medicamentos em um espaço físico mais reduzido. “Entendo que uma farmácia poderá ser um pouco menor e ter área útil para um showroom, armazenando os remédios em um local mais condensado. A eficiência será muito maior”, observa.
Para Denis, trata-se de uma quebra de modelos mentais, pois a robotização permite ter um ponto de venda em uma região premium e com pouco espaço físico. “Há também outros benefícios intangíveis, como o marketing de uma loja-modelo inovadora e a experiência de compra. A percepção de medicamentos mais limpos e conservados, devido à diminuição do contato humano, proporciona um ambiente mais agradável”, complementa.
Mais do que vantagens financeiros, a tecnologia é vista por Minev como uma revalorização do papel dos profissionais de farmácia. “Com o achatamento generalizado das margens do varejo, o colaborador não pode dedicar tanto tempo a tarefas que a automação é capaz de absorver. Ao mudarmos essa realidade, os atributos da equipe ficarão mais evidentes e agregarão valor ao PDV além de termos uma loja com muito mais eficiência operacional”, conclui.
Fonte: Panorama Farmacêutico