Por Adriana Mattos | Maior empresa de shopping centers do país, a Allos, criada da fusão de Aliansce e BR Malls, projeta alcançar lucro antes de juros, imposto, amortização e depreciação (Ebitda, da sigla em inglês) entre R$ 1,97 bilhão e R$ 2,05 bilhões em 2024, crescimento de 6,5% em relação ao ponto central da estimativa, versus 2023. As informações foram destacadas pelo comando nessa quinta-feira (21), em teleconferência com analistas.
Sobre a alavancagem financeira, a estimativa é um índice entre 1,9 vezes e 2,3 vezes neste ano, para a relação entre dívida líquida e Ebitda. E investimentos entre R$ 450 milhões e R$ 550 milhões em 2023.
Para efeito de comparação frente à projeção, no fim de 2023, a alavancagem ficou em duas vezes. Já os investimentos alcançaram R$ 350 milhões no primeiro ano da operação de BR Malls e Aliansce juntas, abaixo da estimativa de R$ 400 milhões a R$ 480 milhões inicial, em função, principalmente, da postergação de projetos de expansão anteriormente previstos para 2023.
O CEO do grupo, Rafael Sales, disse a analistas que há 14 ativos que vendem mais do que R$ 1 bilhão ao ano, e que são considerados os mais relevantes, e estes devem concentrar os investimentos do ano.
O Shopping Recife e Parque Dom Pedro superam R$ 2 bilhões de vendas no ano. A principal expansão de 2024 acontece no Parque Shopping Maceió. Com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2025, será criado um espaço para cerca de 45 lojas.
Sales ainda disse que o foco após fusão foi reduzir posição ou sair de shoppings sem dominância. E a companhia vai continuar com gestão ativa de portfólio, reduzindo ou elevando posição em ativos.
Em quatro meses, a empresa disse que fechou 18 transações, e dentro disso, foram seis desinvestimentos totais e quatro parciais. As operações somaram R$ 1,8 bilhão, a um “cap rate” (taxa de retorno de determinado imóvel) médio de 8,2%.
Sales afirmou que a Allos está substituindo lojistas por outros parceiros com vendas quase 27% maiores, e que esse processo tende a elevar a receita total com aluguel, mesmo com o “SSR” de 5% — no terceiro trimestre o índice foi de 7%. O SSR, sigla de “same store rent”, é a variação entre o aluguel cobrado para uma mesma loja versus o anterior
O comando da rede afirmou também que considera a hipótese de um novo programa de recompra de ações, sem mencionar prazo. Já foi lançado um programa em 2023, “buscando aumentar o retorno aos acionistas”.
“Desde o lançamento do programa, já investimos mais de R$520 milhões em ações recompradas, o equivalente a cerca de 3,7% do capital”, informa no material de resultados.
A Allos teve lucro líquido de R$ 235,31 milhões no quarto trimestre, expansão de 30,5% na comparação anual. A receita líquida foi de R$ 817,5 milhões entre outubro e dezembro, alta de 5,2%.
Fonte: Valor Econômico