Por Ana Luiza de Carvalho | O consumo fraco registrado no terceiro trimestre deste ano não deve melhorar a curto prazo, na avaliação do diretor-presidente do Grupo Casas Bahia, Renato Franklin, em teleconferência de resultados.
De acordo com Franklin, “não há um sentimento de melhora na demanda”, que permanece “bastante pressionada”. O executivo pontua que o início do ciclo de corte da taxa de juros traz um horizonte de melhora, mas o impacto para o consumidor só deve ocorrer a partir do segundo semestre de 2024. “Nosso plano considerava um cenário ruim, que está se confirmando”, afirmou.
Por outro lado, a companhia aponta que vem ganhando participação de mercado, o que a coloca em posição privilegiada perante uma eventual retomada do consumo.
A comando da companhia aponta que o quarto trimestre é sazonalmente melhor e deve beneficiar a geração de caixa. As margens para o período, porém, seguem pressionadas em razão de um remanescente de saldões de aproximadamente 30% do estoque, além da realização da Black Friday.
A campanha promocional deste ano, segundo a companhia, também deve refletir um trabalho de reorganização de estoques. O Grupo Casas Bahia aponta que, “com disciplina e foco” nas encomendas, atingiu estoque de 84 dias, com melhora dos indicadores de ruptura e abastecimento satisfatório em lojas e centros de distribuição. “Estamos muito bem preparados para a Black Friday, com estoques de produtos novos nas lojas”, afirmou Franklin.
O prejuízo da antiga Via entre julho e setembro foi de R$ 836 milhões, cerca de quatro vezes mais que as perdas há um ano. O número só ficou abaixo do prejuízo de R$ 854 milhões que o Grupo Casas Bahia teve no quarto trimestre de 2019, no auge da investigação de fraude contábil com processos trabalhistas.
Fonte: Valor Econômico