A intenção das famílias paulistas de contrair endividamento continua baixa, mas isso não deve afetar a tendência de aumento da inadimplência. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). De acordo com a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), o Índice de Intenção de Financiamento, em janeiro houve alta de 0,5%, na comparação com dezembro, no total de famílias da cidade de São Paulo que pretende contrair novos financiamentos. Em relação a janeiro de 2015 houve queda de 24,4%.
Para a assessoria econômica da entidade, o resultado mostra paulistanos cautelosos na tomada de crédito. A proporção dos que não pretendem se endividar nos próximos meses chegou a 91,1% dos entrevistados. O índice de segurança de crédito avançou em relação a dezembro (0,8%) e passou de 76,2 para 76,7 pontos. Na comparação anual, houve retração de 9,2%. Já a segurança de crédito entre os que não possuem dívidas aumentou 5,7% e atingiu 94,4 pontos em janeiro na comparação com o mês anterior, quando alcançou 89,3 pontos.
Houve redução no indicador de endividamento. Em janeiro, o índice foi de 59,8 pontos, ante 64,3 pontos em dezembro. Em janeiro de 2015 os endividados tinham indicador de 69,2 pontos. Segundo a Fecomercio-SP, com a queda da renda e do emprego, muitos consumidores reduziram suas compras e empregaram o 13º salário para reduzir as dívidas.
Mesmo com a redução do endividamento, a entidade projeta aumento da inadimplência neste início de ano, devido ao recrudescimento do desemprego. Para a assessoria econômica da entidade, a cautela dos consumidores e dos bancos – que estão seletivos na oferta de crédito -, o crescimento do atraso nos pagamentos será lento e gradual.
De acordo com a pesquisa, a poupança continua sendo o principal investimento dos paulistanos, mas a proporção de entrevistados que colocam dinheiro nessa modalidade financeira recuou de 73,1% em dezembro para 67,4% em janeiro (era 71,8% em janeiro do ano passado). A pesquisa entrevistou 2,2 mil pessoas em janeiro
Valor Econômico – SP