O mercado imobiliário fincou o pé num ciclo de baixa. O cenário de queda nas vendas, nos lançamentos e na concessão de crédito abriu espaço para a negociação na compra da casa própria, apesar das restrições impostas pelos bancos nos financiamentos. Para 2016, especialistas ainda recomendam a procura por barganhas, mas é preciso pesar as escolhas diante da incerteza da economia e da política.
A incerteza é elevadíssima e impõe desafios adicionais sobre a escolha de se endividar por 20 ou 30 anos, diz Luiz Calado, economista e autor do livro Imóveis – seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio.
Na cidade de São Paulo, o principal mercado imobiliário do País, o setor sofreu um forte baque. As estatísticas finais sobre 2015, que ainda serão divulgadas, devem mostrar queda de 20% nas vendas de imóveis novos e recuo de quase 40% nos lançamentos, segundo o Secovi-SP.
Em 2016, índice FipeZap deve apontar pela primeira vez queda no preço dos imóveis
Em 2016, índice FipeZap deve apontar pela primeira vez queda no preço dos imóveis
Em algumas localidades, essa paralisia nos negócios já se reflete nos preços. Em Niterói (-3,0%), Brasília (-1,5%), Rio de Janeiro (-1,4%) e Curitiba (-0,2%) ficou mais barato comprar um imóvel em 2015, segundo o Índice FipeZap, que coleta preços de imóveis anunciados na internet.
Já na média das 20 cidades pesquisadas pelo indicador, o metro quadrado subiu 1,32% no ano passado. Para 2016, porém, a projeção é de queda a primeira desde a criação do indicador, em 2008. A previsão mais atualizada aponta para um recuo de até 6% no valor dos imóveis. Estamos voltando para níveis de 2011 ou 2010, destaca Eduardo Zylberstajn, pesquisador e coordenador da pesquisa.
Outro levantamento feito pela Fipe e pelo Zap mostra que os descontos médios passaram de 6,8%, no início de 2015, para 8,1% no terceiro trimestre. Na mesma comparação, cada vez menos transações são realizadas sem nenhum tipo de decréscimo no preço de oferta: o porcentual era de quase 30% no início do ano e chegou 23,1%.
Usados. Para Lúcio Delfino, presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), outra opção é escolher uma unidade usada. A restrição e o encarecimento do crédito imobiliário têm influenciado muito a liquidez desses imóveis e facilitado a vida do comprador, diz.
O presidente do Secovi-SP, o sindicato da habitação, Cláudio Bernardes, acredita que essa janela de oportunidade dura até, pelo menos, 2017. Após o fim da crise, o mercado estará com baixo estoque e com a produção paralisada. Logo, pode haver um aumento de preço, assim como ocorreu nos Estados Unidos na retomada da crise imobiliária, afirma.
O preço dos aluguéis também está em baixa e, num cenário de juro alto, pode ser uma boa aposta optar pela locação e aplicar na renda fixa. No futuro, os ganhos da aplicação podem ser revertidos para o valor de entrada do imóvel.
Apesar das barganhas, conseguir financiamento bancário não será das tarefas mais simples. De acordo com dados da Abecip, entidade que reúne os bancos que captam recursos da poupança para aquisição e construção de imóveis, a liberação de recursos somou R$ 70,8 bilhões em 2015 até novembro e deve cair para a faixa de R$ 60 bilhões neste ano.
Gilberto Duarte de Abreu Filho, recém-empossado presidente da Abecip, diz que a forte retirada de recursos da poupança deixou claro que o setor não pode apostar só na caderneta para financiar o crédito.
Para ele, o financiamento habitacional deve passar de um cenário baseado em taxas reguladas e crédito direcionado para um leque mais amplo de captação. Entre as opções, ele cita o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e a Letra Imobiliária Garantida (LIG) essa última já está regulamentada, mas não estreou no mercado.
Veja onde está o metro quadrado mais caro do Brasil
FABIO MOTTA/ESTADÃO
1º Rio de Janeiro
O preço médio do metro quadrado no Rio de Janeiro ficou em R$ 10.438 em 2015. No ano, o preço caiu 1,36%
O preço médio do metro quadrado no Rio de Janeiro ficou em R$ 10.438 em 2015. No ano, o preço caiu 1,36%
O preço médio do metro quadrado no Rio de Janeiro ficou em R$ 10.438 em 2015. No ano, o preço caiu 1,36%
Em média, São Paulo tem o segundo metro quadrado mais caro do Brasil, com R$ 8.619, atrás apenas do Rio de Janeiro. O preço subiu 2,51% em 2015
Em média, São Paulo tem o segundo metro quadrado mais caro do Brasil, com R$ 8.619, atrás apenas do Rio de Janeiro. O preço subiu 2,51% em 2015
O metro quadrado em Brasília custa, em média, R$ 7.928. Em 2015, houve queda de 1,47% no preço
O metro quadrado em Brasília custa, em média, R$ 7.928. Em 2015, houve queda de 1,47% no preço
O preço médio do metro quadrado em Niterói é de R$ 7.629, queda de 3,02% no ano passado, segundo o índice FipeZap
O preço médio do metro quadrado em Niterói é de R$ 7.629, queda de 3,02% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Em Florianópolis, o metro quadrado tem custo médio de R$ 6.278. O preço subiu 8,38% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Em Florianópolis, o metro quadrado tem custo médio de R$ 6.278. O preço subiu 8,38% no ano passado, segundo o índice FipeZap
O metro quadrado no Recife sai, em média, por R$ 6.009, ligeiro aumento de 0,04% em 2015
O metro quadrado no Recife sai, em média, por R$ 6.009, ligeiro aumento de 0,04% em 2015
Em média, o preço do metro quadrado em Belo Horionte é de R$ 5.837. O preço ficou estável no ano passado, de acordo com o FipeZap
Em média, o preço do metro quadrado em Belo Horionte é de R$ 5.837. O preço ficou estável no ano passado, de acordo com o FipeZap
Preço médio em São Caetano do Sul é de R$ 5.831, variação de 3,57% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Preço médio em São Caetano do Sul é de R$ 5.831, variação de 3,57% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Em Fortaleza, o preço médio do metro quadrado é de R$ 5.818, variação de 5,99% no ano, segundo índice FipeZap
Em Fortaleza, o preço médio do metro quadrado é de R$ 5.818, variação de 5,99% no ano, segundo índice FipeZap
Preço médio de R$ 5.448 em Porto Alegre, com alta de 2,92% no ano passado, segundo o FipeZap
Preço médio de R$ 5.448 em Porto Alegre, com alta de 2,92% no ano passado, segundo o FipeZap
Em Campinas, no interior de São Paulo, o metro quadrado custa, em média, R$ 5.324. Houve uma alta nos preços de 3,48% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Em Campinas, no interior de São Paulo, o metro quadrado custa, em média, R$ 5.324. Houve uma alta nos preços de 3,48% no ano passado, segundo o índice FipeZap
Em Vitória, o preço médio é de R$ 5.453, variação de 7,82% em 2015, segundo o índice FipeZap
Em Vitória, o preço médio é de R$ 5.453, variação de 7,82% em 2015, segundo o índice FipeZap
Preço médio de R$ 5.186 em Curitiba, com queda de 0,16% durante 2015
Preço médio de R$ 5.186 em Curitiba, com queda de 0,16% durante 2015
Santo André tem preço médio de R$ 5.107, alta de 4,56% em 2015, segundo o FipeZap
Santo André tem preço médio de R$ 5.107, alta de 4,56% em 2015, segundo o FipeZap
O preço médio do metro quadrado em Santos é de R$ 4.986, variação de 4,18% no acumulado de 2015
O preço médio do metro quadrado em Santos é de R$ 4.986, variação de 4,18% no acumulado de 2015
Em São Bernardo do Campo, o preço médio é de R$ 4.754, alta nos preços de 3,05% em 2015
Em São Bernardo do Campo, o preço médio é de R$ 4.754, alta nos preços de 3,05% em 2015
O preço médio do metro quadrado em Salvador é de R$ 4.667, variação de 2,40% em 2015, segundo o FipeZap
O preço médio do metro quadrado em Salvador é de R$ 4.667, variação de 2,40% em 2015, segundo o FipeZap
Em Vila Velha, os preços subiram 4,48% em 2015. O preço médio do metro quadrado na cidade é de R$ 4.370
Em Vila Velha, os preços subiram 4,48% em 2015. O preço médio do metro quadrado na cidade é de R$ 4.370
Em Goiânia, o preço médio do metro quadrado é de R$ 4.217, com variação de 2,77% no ano passado
Em Goiânia, o preço médio do metro quadrado é de R$ 4.217, com variação de 2,77% no ano passado
Em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, o preço médio do metro quadrado é de R$ 3.546, com alta de 3,73% em 2015, segundo o FipeZap
Em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, o preço médio do metro quadrado é de R$ 3.546, com alta de 3,73% em 2015, segundo o FipeZap
Consórcio. Quem ganhou espaço em 2015 foi o consórcio de imóveis. As vendas de novas cotas para compra da casa própria cresceram 45,6%, enquanto o crédito da modalidade somou quase R$ 6 bilhões (alta de 8%).
Com as altas taxas de juros e orçamento mais restrito, o consumidor passou a olhar para o consórcio como uma maneira de planejamento, diz Paulo Rossi, presidente da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac).
O Estado de S. Paulo on-line – SP