Rede Walmart decidiu encerrar atividades de unidades de baixo desempenho na capital e no interior
29/12/2015 18h33 Jéssica Sant’Ana Especial para a Gazeta do Povo Atualizado em 29/12/2015 às 20h42
Texto publicado na edição impressa de 30 de dezembro de 2015
A rede de supermercados Walmart não esperou 2016 chegar para encerrar as atividades de algumas unidades no Paraná. Em Curitiba, ao menos quatro lojas do Mercadorama funcionarão somente até as 17 horas desta quarta-feira (30) e depois serão fechadas. O mesmo deve acontecer com outras quatro unidades no interior do estado, o que inclui pontos de venda da bandeira Big.
A empresa não confirma o total de lojas que serão fechadas, mas informou através de uma nota oficial que pontos de venda com baixo desempenho encerrarão as atividades no estado.
A reportagem apurou que, na capital paranaense, as unidades do Mercadorama do Centro Cívico, Seminário, Tarumã e Tiradentes estão entre as que fecham nesta quarta-feira (30). Segundo jornais do interior, o Mercadorama de Umuarama, no Noroeste do estado, o Big de Toledo, na região Oeste, o Big de Ponta Grossa e o Big de Maringá, no Norte Central, devem fechar as portas em breve.
Os funcionários foram avisados na segunda-feira (28) pelas gerências de cada unidade. A grande maioria foi pega de surpresa e manifestaram preocupação com o futuro, pois nem todos serão realocados.
Uma funcionária do Mercadorama do Tarumã, em Curitiba, que não quis ser identificada, informou que as gerências estão fechando acordos com as pessoas que preferem ser desligadas da empresa. É o caso dela, que justifica a decisão: depois vamos ser mandados embora mesmo.
Funcionários informaram também que aqueles que preferiram continuar na rede serão alocados para outras unidades ou continuarão trabalhando nas lojas em que já estão para ajudar no encaixotamento e redistribuição dos produtos.
Promoções
Nas lojas que encerram as atividades nesta quarta-feira, havia promoções de frios e de alimentos perecíveis e o movimento de clientes era alto. Os produtos com prazo maior de validade serão redistribuídos ao longo de janeiro e fevereiro para os pontos de venda que permanecerão abertos.
Segundo a nota do Walmart, a rede está fazendo o possível para transferir funcionários dessas unidades para outras lojas e, quando não for possível, oferecemos apoio para recolocação profissional.
O Sindicato dos Trabalhadores em Mercados de Curitiba e Região (Siemerc) ainda não foi informado oficialmente sobre o fechamento. Assim que isso ocorrer, segundo o presidente, Jorge Leal, a entidade irá acompanhar o caso para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam assegurados.
Leal, porém, confirma que grande parte das 7 mil pessoas que trabalham na capital e região deve ser demitidas. Com relação aos remanejados, a preocupação do sindicato é com as transferências para cargos inferiores, o que pode resultar em redução salarial.
Nas lojas de Curitiba do Mercadorama, a segurança foi reforçada na parte externa para evitar quaisquer transtornos.
Confira a lista de unidades que devem fechar nesta quarta-feira, a partir das 17 horas:
Mercadorama Centro Cívico Rua Mateus Lemes, 1844, Curitiba
Mercadorama Seminário Avenida Nossa Senhora Aparecida, 582, Curitiba
Mercadorama Tarumã Avenida Victor Ferreira do Amaral, 816, Curitiba
Mercadorama Tiradentes Praça Tiradentes, Centro, 321, Curitib
Mercadorama Umuarama – Avenida Londrina, 3464, Umuarama
Big Toledo – Avenida Maripá, Vila Brasil, Toledo
Big Ponta Grossa – Avenida General Carlos Cavalcanti, 22, Ponta Grossa
Big Catuai – Avenida Colombo, 9161, Maringá
Comerciantes de lojas anexas foram surpreendidos
Comerciantes de lojas anexas do Mercadorama do Seminário, em Curitiba, foram pegos de surpresa com a notícia do fechamento da unidade. Sônia Regina Leite, proprietária do O Bom Café, contou que assumiu o negócio há 15 dias e que investiu cerca de R$ 100 mil no empreendimento.
Quando eu cheguei para trabalhar ontem (segunda-feira, 28), estranhei o movimento de seguranças e de funcionários. Quando cheguei e vi meu filho aqui dentro, pensei o mercado foi assaltado’, conta Sônia. Ela foi informada pelo filho e funcionários que deveria desocupar o espaço adquirido, já que o mercado vai fechar as portas. Eu tremia, meu coração disparou, disse.
Ela teme o prejuízo, já que acabou de adquirir o ponto de venda e o estoque de produtos. Vou tentar ir para a loja do Rebouças, afirma. A empresária também reclama da falta de informações.
A mesma preocupação foi manifestada por Daniel Leite, proprietário do chaveiro O Rei das Chaves há dois anos e meio. Para ter o ponto de venda, foi pago à rede R$ 75 mil e é cobrado aluguel mensal de R$ 1,4 mil. Se eles não me ressarcirem, vou ter que entrar na Justiça, afirmou Leite. Ele não sabe para onde irá levar seu estabelecimento e tem que desocupar o local até amanhã. Nos avisaram na segunda-feira e deram 48 horas para sair, conta.
Gazeta do Povo – PR