Publicitário André Augusto resolveu investir em negócio próprio de e-commerce ao ouvir história da esposa de amigo que comprou 22 pares de calçados em um só dia
Por Gustavo Mause , especial para o iG | 29/12/2015 05:00
Foi em uma conversa com um amigo que André Augusto teve a ideia que mudou sua vida: montou o próprio negócio, a Lindaella. O e-commerce da marca, que vende calçados femininos para revendedoras, tem previsão de faturamento de R$ 1,5 milhão para 2015.
Esse amigo comentou que a esposa tinha ido à uma loja e comprado 22 pares de sapatos. Isso chamou a minha atenção. Como uma mulher compra tudo isso em um só dia? Foi aí que surgiu a sacada, relembra o empreendedor de 27 anos.
Formado em Publicidade e Propaganda, André trabalhou por alguns anos em uma empresa alimentícia.
Não imaginava trabalhar com calçados femininos. A área de moda nunca passou pela minha cabeça. Mas depois daquela conversa, comecei a pesquisar o mercado e vi que as mulheres realmente compravam muitos sapatos, desde simples chinelinhos até sandálias mais caras. Na pesquisa que fiz, descobri que a média de consumo das brasileiras é de 20 pares em um ano.
O empresário fundou a Lindaella em 2013, atendendo em um escritório. O e-commerce entrou no ar apenas neste ano, com um gasto aproximado de 180 mil reais em sistemas de tecnologia. Porém, os resultados apareceram rapidamente: a loja virtual já é responsável pela maior parte do faturamento da marca.
Da experiência com a internet e da vontade de inovar veio a ideia para o formato do site, que permite que as clientes acessem o estoque por meio de login e senha e escolham os produtos, que são entregues em casa em 2 ou 3 dias, por meio dos Correios.
Como sou jovem, já vivia conectado. Fazia tudo pela internet. Então, vi nela uma grande oportunidade: primeiro, de mercado, porque não havia ninguém fazendo isso. As grandes empresas disponibilizam apenas um catálogo online. Eu criei uma plataforma que permite o acesso diário ao estoque, do computador ou do smartphone, de onde a pessoa estiver. As clientes compram o que desejam e já começam a vender pelas redes sociais para os clientes finais. É tudo muito mais rápido e não preciso perder tempo imprimindo catálogos impressos, afirma.
Antes, André vendia apenas para a capital de São Paulo, mas expandiu os negócios e agora recebe encomendas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Belém do Pará, entre outros.
O site se tornou muito grande. As pessoas não precisam mais vir até o meu escritório para comprar. Tenho quase 200 mil clientes apenas no Estado de São Paulo. Vendemos por volta de 320 modelos por mês, aproximadamente 10 mil unidades. Todos os modelos são de produção própria, da marca Lindaella, conta o empresário.
Segundo André, as revendedoras que compram da sua loja geralmente são mulheres que já têm uma profissão, como advogadas, nutricionistas e professoras, mas que desejam obter uma renda extra. 90% da minha equipe é formada por mulheres que já têm suas profissões, mas querem ganhar mais dinheiro e conseguem conciliar as atividades. Gastam em média R$ 1 mil por mês. Eu estabeleço um preço e dou sugestões, porque a intenção é que elas vendam tudo e não fiquem com nenhum produto parado em casa.
Para o empresário, as vantagens do seu negócio são o preço, o retorno financeiro gerado pelas revendedoras e a liberdade dada a elas.
Vendemos 30% mais barato do que uma loja de shopping. Nós passamos um valor para a revenda, mas elas podem escolher por quanto querem vender. Tudo depende do ciclo social em que ela está inserida. Uma arquiteta, que trabalha na Avenida Paulista e vende os calçados no próprio escritório, vai cobrar um pouco mais caro do que uma mulher que faz negócios em Carapicuíba. Em média, quem gasta R$ 1 mil, comprando de 15 a 20 pares, costuma conseguir uns R$ 2 mil, R$ 2.500.
Brasil Econômico on-line – SP