15-12-2015 17h18
Confira os principais destaques de ações da Bolsa nesta terça-feira (15)
SÃO PAULO – Apesar de amenizar no fim do pregão, a terça-feira (15) foi de alta para o Ibovespa em meio ao ânimo internacional, apesar do cenário político deixar o ambiente agitado, com a deflagração da nova fase da Operação Lava Jato, chamada Catilinárias, que incluiu uma busca na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Na Bolsa, destaque positivo para os papéis da Natura e da Oi, que dispararam mais de 6% e ficaram com as maiores altas do dia. Pouco atrás, ajudando no dia positivo do índice, apareceram as ações da mineradora Vale e da estatal Petrobras, que subiram mais de 4%.
Já na ponta negativa, chamaram atenção os ativos da JBS, que ficaram com o pior desempenho do pregão, e da Gol, que volta a recuar diante do cenário complicado da economia doméstica.
Confira os principais destaque do pregão desta terça-feira:
Magazine Luiza (MGLU3, R$ 8,80 +12,39%)
As ações da Magazine Luiza dispararam na sessão de hoje após a companhia renovar acordo entre a Cardif e a Luizaseg por 10 anos. Na máxima da sessão, os papéis subiram 27,71%, a R$ 10,00. A companhia receberá, em 21 de dezembro, R$ 330 milhões, montante este que estará parcialmente sujeito ao cumprimento de determinadas metas do plano de negócios, incluindo o lançamento de novos produtos, diz companhia em comunicado. Eles realizarão um aumento de capital na Luizaseg no valor de R$ 55 milhões cada.
Cardif e Luizaseg continuarão a efetuar os pagamentos mensais de comissões ao Magazine Luiza e suas coligadas pela distribuição de seus produtos. A renovação passará a valer em 1 de janeiro de 2016.
O Itaú BBA considerou que o montante de 330 milhões de reais é positivo, uma vez que reforça a posição de caixa da empresa durante a recessão no país. “O acordo é bastante positivo para a empresa, especialmente considerando seu atual abatido valor de mercado”, disseram analistas do BTG Pactual em nota a clientes, prevendo já uma reação positiva da ação.
Até a véspera, a ação acumulava em 2015 desvalorização de 87%, com o valor de mercado da companhia em pouco mais de 174 milhões de reais. Ainda assim, analistas do BTG Pactual afirmaram que mantêm visão cautelosa com o papel da rede varejista, uma vez que a deterioração da economia e do poder de compra dos consumidores não parece ter acabado.
A alta no preço da ação nesta sessão era amplificada pela cobertura de posições por agentes que tinham alugado as ações para vendê-las, movimento conhecido como “short squeeze”. Os papéis figuram entre as ações “não disponíveis” para alugar, conforme nota do Credit Suisse a clientes.
Bancos
Após a forte queda da véspera seguindo a maior aversão ao risco dos mercados, o dia foi de recuperação para as ações do setor bancário, seguindo o dia de alívio no exterior. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,30, +0,64%), Bradesco (BBDC3, R$ 22,90, +0,44%; BBDC4, R$ 20,77, +1,56%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,76, +0,72%) registraram alta.
Petrobras (PETR3, R$ 9,10, +3,76%; PETR4, R$ 7,42, +2,91%)
Em um dia de recuperação para o petróleo após fortes quedas, a Petrobras teve uma sessão de ganhos. O contrato do brent com vencimento em janeiro de 2016 registra alta de cerca de 1,08% nesta sessão.
Contudo, vale destacar uma notícia que mostra o “dilema” da Petrobras. A forte queda do preço do petróleo no mercado internacional aumentou consideravelmente a vantagem com que a gasolina e o diesel estão sendo vendidos no mercado interno, conforme informa o jornal Valor Econômico. Com isso, ajudou a diminuir, nos últimos 12 meses, em quase R$ 16 bilhões os prejuízos da Petrobras, mas ainda está longe de zerar as perdas acumuladas pela estatal ao longo dos últimos anos, destaca a publicação. A consultoria GO Associados estima que a gasolina seja negociada em dezembro 27% acima dos preços externos.
A Petrobras ainda prestou esclarecimentos na última segunda-feira. A companhia informou que o contrato de longo prazo com a Braskem sobre o preço de nafta ainda está em tratativas, em busca de “condições equilibradas” para as duas empresas.
Vale e siderúrgicas
As ações de Vale tiveram um dia de ganhos nesta sessão. Os papéis da Vale (VALE3, R$ 12,88, +3,37%; VALE5, R$ 10,28, +4,15%), atingindo o maior patamar em dez dias e chegando a 5% de alta na máxima. Por outro lado, as siderúrgicas tiveram uma sessão volátil, com CSN (CSNA3, R$ 4,45, +0,23%), Gerdau (GGBR4, R$ 4,90, +1,24%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,68, -3,45%) em movimentos diferentes. O preço da tonelada do minério de ferro negociada em Qingdao teve alta de 0,77%, a US$ 39,36.
Sobre o noticiário da Vale, cabe lembrar o relatório do Itaú BBA, ressaltando ver tempos difíceis em 2016 e melhora em 2017. A “visão cautelosa sobre Vale é baseada nos preços declinantes do minério de ferro, que pressionam margens e ofuscam iniciativas bem sucedidas de corte de custos, com fluxo de caixa livre negativo no curto prazo e alto endividamento, segundo relatório de analistas.
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Esperamos uma melhora nos resultados e Fluxo de Caixa Livre de 2017 para frente, mas investidores podem levar mais tempo para precificar em um melhor cenário devido à falta de visibilidade e poderá alcançar US$ 3 bilhões em 2016.
Para cobrir a diferença, a Vale espera levantar US$ 4,0-5,5 bilhões com desinvestimento de ativos em 2016 (notadamente o desinvestimento dos ativos de carvão e logística na África) e a venda de sete cargueiros (VLOCs). Olhando para 2017, esperamos que o Fluxo de Caixa Livre da Vale melhore materialmente. O Itaú BBA reduziu a previsão para minério de ferro no fim de 2016 para US$ 40 a tonelada. O banco também introduz preço-alvo para Vale no fim de 2016 de US$ 3/ADR (o preço-alvo anterior para fim 2016 era de US$ 5/ADR). O Banco mantém recomendação market perform.
Sobre a CSN, o Itaú BBA afirmou que a companhia precisa de um programa agressivo de venda de ativos. Contração do Ebitda nos últimos trimestres e o aumento das despesas financeiras decorrentes das altas taxas de juros têm colocado a CSN em uma posição desconfortável de Fluxo de Caixa Livre negativo e endividamento crescente, segundo relatório de analistas.
Natura (NATU3, R$ 27,36, +6,58%)
Maior alta durante praticamente todo o pregão, as ações da Natura ganharam força no fim do dia e fecharam com a segunda maior valorização da Bolsa. Na máxima do dia, os papéis subiram 8,30%, a R$ 27,80. Após encerrar novembro com pregões seguidos de queda, os papéis da companhia já registram sua nona alta em 10 pregões, acumulando em dezembro ganhos de 30%.
Unipar Carbocloro (UNIP6, R$ 4,00, +3,09)
As ações da Unipar Carbocloro registraram ganhos hoje, mas menores em relação à alta de quase 9% obtidas mais cedo. A companhia informou que sua controladora, a Vila Velha S.A. Administração E Participações, tem a intenção de realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para fechar o capital da companhia que atua no setor de cloro-soda e derivados.
O preço a ser ofertado será de R$ 5,70 por ação ordinária, R$ 5,70 por ação preferencial classe A e R$ 4,40 por ação preferencial classe B, a ser pago em moeda corrente nacional, na data da liquidação financeira da OPA, deduzido o valor de quaisquer dividendos e juros pagos pela Companhia.
BTG Pactual (BBTG11, R$ 14,55, +3,19%)
As ações do BTG Pactual tiveram a terceira sessão seguida de alta, com ganhos superiores a 3%. O banco informou à CVM que passou a deter 56,149 milhões de ações da empresa de investimentos em imóveis BR Properties, ou 18,83 por cento dos papéis da empresa, após vender parte de sua participação em leilão na leilão na BM&FBovespa na semana passada, informou o banco nesta segunda-feira.
No aviso à Agência Bovespa sobre o leilão, a corretora do BTG Pactual informou que leiloaria 59 milhões de ações da BR Properties, ou o equivalente a 19,78 por cento do capital da companhia, a 7,50 reais por papel, mas não informou qual acionista estava vendendo a participação. Mas uma fonte a par do assunto disse à Reuters que se tratava do próprio BTG Pactual.
No leilão realizado na quinta-feira, a ação da BR Properties saiu a 8,27 reais, em operação que movimentou mais de 60 milhões de papéis e cerca de 530 milhões de reais.
Além disso, a companhia informou que não houve assinatura de acordo envolvendo BSI ou Banco Pan. Especificamente em relação à BSI e ao Banco Pan, o BTG Pactual esclarece que não houve a assinatura de qualquer documento representativo de uma potencial transação, segundo comunicado enviado na noite desta segunda-feira após pedido de esclarecimentos pela CVM.
Vale destacar ainda a notícia do Valor de que os 64 sócios e 175 associados do BTG ficarão sem o bônus do segundo semestre. A remuneração só será mantida para os funcionários que não possuem participação acionária no banco.
InfoMoney – SP