18/11/2015
Luísa Melo
São Paulo – As varejistas brasileiras perderam, em média, 2,89% de seu faturamento líquido devido a roubos, furtos e problemas operacionais durante o ano passado. Em 2013, o índice havia sido de 2,31%.
Os dados são de uma pesquisa feita pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo) e pelo Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA, em parceria com a Academia de Varejo. Essa é a 15ª edição do estudo.
O levantamento considerou cerca de 3.000 lojas, entre supermercados (a grande maioria), farmácias, lojas de material de construção e pequenos comércios. Juntas, elas têm faturamento bruto de 131,3 bilhões de reais.
De acordo com os pesquisadores, o indicador de perdas subiu porque as vendas cresceram sem que as empresas adotassem medidas preventivas, mas também porque, hoje, elas dimensionam melhor os prejuízos.
É impossível saber com as informações disponíveis quanto deste aumento se deve à melhora das condições de apuração e quanto é devido às dificuldades geradas pelo aumento do faturamento”, afirmou Nuno Fouto, diretor vogal do Ibevar, em nota.
O índice de perdas no varejo brasileiro, porém, é substancialmente maior do que o registrado globalmente (1,36%) e em regiões como a América do Norte (1,49%), Europa (1,27%) e América Latina (1,60%).
O segmento que mais sofre com o problema é o de pequenas e médias empresas, com 4,44% de baixas em 2014. Em seguida, vêm os supermercados, com 2,98%; as lojas de material de construção, com 1,72%; e as drogarias, com 0,38%.
Entre os supermercados, porém, 35,02% dos ouvidos não possui uma área para prevenção de perdas. Elas são causadas principalmente por quebras operacionais (33,35%) e erros de inventário (16,59%). Furtos externos correspondem a 16,03% e internos a 8,64%.
Nesses estabelecimentos, os departamentos que mais apresentam perdas são os de frutas, legumes e verduras (8,29%); padaria e confeitaria (5,58%); peixaria (4,35%) e açougue (4,24%), que trabalham com itens perecíveis.
Já os produtos que mais sofrem baixas (tanto em quantidade quanto em valor) são os de açougue, os aparelhos de barbear e bebidas alcóolicas e energéticos, nessa ordem.
Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar, a tecnologia tem um papel muito importante no processo de controle de perdas, mas o investimento na preparação dos funcionários é essencial.
“São eles que vão operar a tecnologia. O indivíduo é o principal ativo da empresa”, disse, em conferência.
Revista Exame on-line – SP