12/11/2015 às 05h00
Por Beth Koike e Adriana Mattos | De São Paulo
Um dos principais negócios na área de varejo do BTG Pactual, a Brasil Pharma começa a deixar mais claro o caminho tomado para tentar sair da crise em que está. A empresa avançou nesta semana na proposta de aumento de capital na empresa, que será de R$ 600 milhões, por meio de uma oferta privada de ações, dentro do plano para reduzir nível de alavancagem da companhia. A expectativa era que o conselho de administração aprovasse ontem essa operação. Controladores ainda assinaram ontem acordo para a venda da rede de farmácias Mais Econômica, localizada no Sul do país, para a gestora Verti Capital, como antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. A varejista tem pouco mais de 160 lojas. Não devem ser vendidas outras redes controladas pela companhia. A oferta de ações se dará sem a necessidade de pedido de registro prévio na autarquia, tratandose de uma emissão com esforços restritos, o que reduz prazo e o custo para a empresa. Além disso, apenas os sócios atuais poderão subscrever os novos papéis a serem emitidos, e fundos e empresas do BTG devem comprar as ações que não forem subscritas, apurou o Valor. Ontem, conselho de administração da empresa esteve reunido para deliberar quanto ao plano de equalização da estrutura de capital da varejista. Em junho de 2014, foi homologada uma primeira operação de aumento de capital de R$ 400 milhões, com subscrição de 100% do valor por parte do BTG. Também desde o ano passado, a empresa tem fechado contratações de empréstimos com bancos para capital de giro. O plano aprovado ontem ainda deve estabelecer programa de renegociação de dívidas a longo prazo com bancos. A BB Pharma somava endividamento líquido de quase R$ 840 milhões e caixa de R$ 51 milhões ao fim de junho. Ontem, valor de mercado atingiu cerca de R$ 160 milhões, com ação fechando o dia em R$ 0,44, alta de 7,3%. Em junho, a posição de dívida bruta da empresa era de R$ 888,7 milhões, composta em grande parte (quase R$ 600 milhões) por empréstimos e financiamentos, R$ 214,4 milhões em debêntures e quase R$ 100 milhões em contas a pagar por aquisição. A busca de soluções para o negócio começou a ser discutida há mais de um ano, dentro de um plano que poderia envolver aumento de capital, emissão de debêntures e venda de ativos. Adquirida em 2011 pelo BTG em negociações com a família controladora, a rede de farmácias Mais Econômica era considerada uma das operações deficitárias da BR Pharma. Vinte e duas lojas deficitárias da rede foram fechadas no segundo trimestre. Consumo de caixa anual era o mais alto entre as redes. O plano era reverter perda e lucrar com a recuperação dos resultados. Na busca de interessados pela operação, os controladores também teriam negociado a venda da Mais Econômica de volta para os fundadores meses atrás. Além da Mais Econômica, a Brasil Pharma chegou a oferecer no mercado outras de suas redes como Sant’Ana e Rosário. Dentro desse processo de equalizar dívidas e tentar aumentar ganhos de eficiência internos está o plano de integração da farmácia Big Ben. Nos últimos meses, controladores da BR Pharma buscaram calcular melhor os ganhos que a integração da Big Ben poderia trazer ao grupo. Com isso em mãos, puderam definir com maior precisão o tamanho deste aporte necessário no grupo varejista de farmácias.
Valor Econômico – SP