11/11/2015 às 05h00 Por Gustavo Brigatto | São Paulo Quase 18 anos depois de fundar o Buscapé, Romero Rodrigues terá seu nome no cartão de visitas de uma outra empresa. Fora do dia a dia da companhia desde setembro, ele se tornou sócio do fundo de investimentos Redpoint e.ventures, comandado por Anderson Thees e Manoel Lemos. O fundo, que tem como sócios os americanos Redpoint Ventures e e.ventures, atua no Brasil desde 2012 e tem investimentos em mais de 20 empresas por meio de um fundo ainda aberto com US$ 130 milhões em recursos. Na lista estão companhias como PSafe, de segurança digital, Bankfacil, de empréstimos e Magnetis, de investimentos. Segundo Rodrigues, um dos objetivos com sua chegada é acelerar o ritmo de novos aportes. De acordo com ele, o momento econômico ruim enfrentado pelo Brasil é propício para o avanço das startups. A avaliação é que, à medida que as grandes empresas reduzem seus investimentos em áreas como marketing e desenvolvimento de produtos, empresas iniciantes podem aproveitar para conquistar a atenção dos clientes e contratar profissionais qualificados. Esse movimento, disse, pode não resultar em aumento imediato das receitas, mas ajuda as companhias a se estabelecerem. “O Buscapé está com uma receita estável no momento, mas o acesso apresenta alta de mais de 40% com as pessoas pesquisando mais preços. Um número que não era registrado há algum tempo”, disse Rodrigues, que ainda preside o conselho do Buscapé. A ideia de sair do Buscapé surgiu em 2013 e, desde então, ele conta que vinha pensando em se dedicar ao investimento em startups. Enquanto ainda estava na empresa, chegou a investir, com recursos próprios, em 25 negócios, além de aplicar dinheiro no próprio fundo da Redpoint eventures. Rodrigues diz que preferiu não abrir seu próprio fundo porque o impacto de se unir a uma operação estruturada, com nome consolidado e contatos no Vale do Silício possibilitaria maior impacto no mundo das startups. “Eu já começo investindo, não preciso de dois anos pra montar uma estrutura.” Com sua posição, ele mantém aportes feitos no passado, mas não fará operação nova. “A ideia é que a Redpoint e.ventures seja o meu veículo de investimento. A avaliação das oportunidades será feita pela equipe do fundo.”
Valor Econômico – SP