28/10/2015 às 05h00
Por Inaldo Cristoni | De São Paulo
Os varejistas que aderiram ao comércio eletrônico investem no desenvolvimento de projetos que buscam a sinergia entre as estruturas físicas e virtuais, reforçam a estratégia de multicanalidade e contemplam o aperfeiçoamento da plataforma tecnológica para tornar o site mais dinâmico.
Com isso, pretendem se diferenciar da concorrência e acelerar o crescimento da operação online.
Uma das iniciativas colocadas em prática este ano pela Centauro, que trabalha no ramo de esporte geral, permite que mercadorias compradas através da internet sejam trocadas na loja física da rede, o que derruba uma importante barreira de entrada no consumidor no e-commerce. “Nas pesquisas de satisfação que fizemos, os clientes mostram o receio com a logística reversa”, revela Gustavo Furtado, diretor executivo de operação SBNET da Centauro.
Atualmente, mais de 50% das trocas de mercadorias são feitas nas lojas físicas. Por enquanto, a gestão de estoque das operações físicas e virtuais é separada, mas quando for unificada, o cliente poderá comprar no site e retirar o produto em uma loja física ou receber a mercadoria enviada de uma loja física. O projeto faz parte dos planos da Centauro nos próximos anos e exigirá uma integração sistêmica para permitir a visualização do estoque em tempo real.
O chamado estoque estendido é outro projeto da Centauro que começou a desenvolver este ano. Consiste na instalação de terminais em lojas físicas para permitir que o cliente acesse o site, faça compras e receba o produto no endereço designado, sem cobrança de frete. O piloto está rodando em quatro pontos de vendas de São Paulo e o objetivo é, aos poucos, expandir para outras localidades, a começar pela região Sudeste. Furtado estima em R$ 2 milhões o investimento necessário para cobrir todas as 188 lojas da rede.
Para o próximo ano estão previstas a criação de uma base única de gestão de relacionamento dos clientes (CRM) e o lançamento de um programa de fidelidade e incentivo, que permitirá ao cliente acumular pontos e resgatar produtos na loja física ou virtual. Para tanto, a Centauro firmou uma parceria com a Dotz e planeja lançar o projeto em Fortaleza (CE) e em lojas da rede no Rio de Janeiro.
Especializada em moda para bebê, a Loja Era Uma Vez decidiu concentrar a sua operação no meio eletrônico. As duas lojas de rua no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, foram fechadas em 2014. Sem arcar com o aluguel de R$ 40 mil por mês, Victor Lovato, diretor da Loja Era Uma Vez, cortou despesas, mais viu o seu faturamento cair 50% no período, o que foi compensado pela redução das despesas, diz Lovato. O site registra 1 milhão de acessos únicos (page views) por mês e a expectativa é de aumentar em 30% esse volume no período de um ano. “Poderemos voltar a ter o mesmo ritmo de venda de antes concentrando as energias no comércio virtual, mas não é um processo que ocorre de um dia para outro”, observa.
Valor Econômico – SP