28/10/2015 às 05h00
Por Inaldo Cristoni | Para o Valor, de São Paulo
Promover os produtos de linha, divulgar o lançamento de novas marcas e atrair o público para incrementar ainda mais as vendas por meio da internet são as razões que levaram varejistas que atuam no comércio eletrônico a investir na montagem de uma loja física tradicional. A experiência bem-sucedida fez com que alguns deles optassem por expandir a operação através de uma rede de franquias.
Especializada em produtos colecionáveis para crianças e adultos, a Toy Show triplicou seu faturamento depois que abriu uma loja de rua de 800 mil m2 na região dos Jardins, em São Paulo, ativa há um ano. O plano é comercializar franquias a partir de novembro e chegar ao fim de 2016 com até cinco parceiros na rede, revela Victor Jacques, proprietário da Toy Show.
A Toy Show começou a operar online há três anos para testar se a área de colecionáveis era promissora. A decisão de abrir uma loja física foi tomada para permitir que os clientes pudessem visualizar e manipular os produtos.
“A gente vende um sonho e pela internet é difícil você ter uma percepção de quanto o produto pode ser interessante”, justifica Jacques.
O investimento na montagem da loja e no estoque de mais de 3 mil itens - que inclui artigos para decoração, vestuário, quadrinhos e acessórios, entre outros - foi de R$ 800 mil. De acordo com Jacques, a expectativa inicial era de complementar a operação do e-commerce, mas o efeito foi o contrário. O crescimento das vendas da Toy Show foi puxado pelo movimento da loja física, que chega a receber mil pessoas por semana.
A estratégia de aumentar as vendas pela internet funciona até quando se trata de um projeto temporário. Foi o caso da Dafiti, que investiu R$ 1 milhão na montagem de uma loja na rua Oscar Freire, em São Paulo. O objetivo foi aproveitar o potencial do mercado online de moda e atrair o público que não está acostumado a comprar pela internet. Tanto que no local havia apenas o show room com time de vendedores para orientar visitantes no processo de compra. Sem revelar o volume de negócios registrado, Malter Horeyseck, sócio-fundador da Dafiti, diz que os novos clientes que visitaram a loja foi quatro vezes superior a dos que, no mesmo período, acessaram o site da empresa para fazer compras.
O site de e-commerce Limpeza Verde, que possui uma linha de 21 produtos para carros e casa, também teve uma rápida experiência no varejo tradicional quando decidiu abrir uma loja conceito no Tatuapé, bairro da zona leste da capital paulista. O projeto foi colocado em prática em novembro do ano passado para promover seu portfólio de ofertas na região.
A loja funcionou por 90 dias e foi desativada por conta da nova estratégia de negócio adotada pela Limpeza Verde, de investir na modernização de sua fábrica, no desenvolvimento de novos produtos e na busca de um parceiro para cuidar da distribuição de sua linha no mercado. O objetivo é ter uma atuação mais agressiva no comércio eletrônico.
Valor Econômico – SP