23/10/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
A Lojas Renner apresentou mais um resultado forte no terceiro trimestre, com ganhos acima do esperado por analistas de bancos e corretoras. A varejista de moda fechou o trimestre com lucro líquido de R$ 96 milhões, 15,1% acima do verificado no mesmo intervalo de 2014. O resultado, segundo a companhia, foi impulsionado por uma boa aceitação das coleções, vendas fortes no Dia dos Pais e por ganhos de eficiência na gestão. A média das projeções do Itaú BBA, Citi, BTG Pactual, Deutsche Bank, Votorantim Corretora, Credit Suisse e Morgan Stanley apontava uma alta de 11,4% no lucro, para R$ 92,9 milhões. “Estamos satisfeitos com esse crescimento, que se deve à oferta de produtos de melhor qualidade, com conteúdo de moda atualizado e a preços competitivos”, afirmou Laurence Beltrão, diretor financeiro e de relações com investidores da Renner. Beltrão acrescentou que o fluxo de consumidores de renda mais alta aumentou no trimestre, contribuindo para a melhora nas vendas. No trimestre, a receita líquida operacional da Renner aumentou 18%, para R$ 1,42 bilhão. A média das projeções indicava uma receita de R$ 1,32 bilhão no trimestre. As vendas no conceito ‘mesmas lojas’ (unidades abertas há mais de 12 meses) avançaram 12,6%. Beltrão disse que a Renner não mudou seu posicionamento de preços e produtos e manteve uma política de preços alinhada à evolução da inflação. A melhora nos resultados, segundo ele, deveuse a ganhos de escala e a uma gestão mais eficiente de custos e despesas. “Esse é um resultado de iniciativas que vêm sendo adotadas desde 2011”, afirmou o executivo. As despesas com vendas aumentaram 18% no trimestre, para R$ 339,1 milhões. As despesas gerais e administrativas cresceram 23,6%, para R$ 122,1 milhões. O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 230,5 milhões, alta de 12,8%. Analistas previam uma alta de 14,8%. A área de produtos financeiros apresentou resultado positivo de R$ 47,9 milhões, com queda de 22,4% ante o terceiro trimestre de 2014. A redução deveuse aos tributos de PIS e Cofins, que passaram a incidir sobre as receitas financeiras. A Renner também teve aumento em custos de financiamento e em gastos com provisões para vendas parceladas. No trimestre, as perdas com cartão Renner atingiram 4,2% sobre a carteira total no terceiro trimestre, ante um índice de 3,4% um ano antes. Beltrão disse que a taxa aumentou, mas está sob controle e em linha com a média histórica. O total de cartões Renner emitidos chegou a 25,6 milhões. No trimestre, 49,8% das vendas foram efetuadas com o cartão Renner, ante 50,9% no terceiro trimestre de 2014. Para Beltrão, a queda na participação reflete a atração de um novo público para as lojas. Para o quarto trimestre, o diretor financeiro disse que a Renner vai manter sua estratégia e espera crescimento em resultados. Ele acrescentou que as redes varejistas podem apresentar crescimento no quarto trimestre, apesar da crise. “Quando há uma contenção maior de gastos ao longo do ano, as pessoas acabam sendo mais generosas nas compras de Natal”, disse. Beltrão disse ainda que a Renner avalia o orçamento para 2016 e busca alternativas para absorver o aumento de gastos com os novos tributos de PIS e Cofins e dos juros. “Vamos tentar absorver esses custos e mitigar o efeito nas margens operacionais”, afirmou o diretor.
Valor Econômico – SP