A BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, reportou um lucro no terceiro trimestre que superou as estimativas dos analistas após a injeção de recursos de clientes do varejo e institucionais. O lucro líquido diminuiu 8%, para US$ 843 milhões, ou US$ 5 por ação, ante o total de US 917 milhões, ou US$ 5,37 por ação, registrado um ano antes, refletindo em parte uma alíquota fiscal mais elevada, informou a instituição. O lucro ajustado de US$ 5 por ação supera a estimativa média de 19 analistas consultados pela “Bloomberg”, de US 4,58.
O desempenho da BlackRock foi prejudicado por uma crise que fez com que o Standard Poor’s 500 Index registrasse seu pior terceiro trimestre desde 2011. O executivo-chefe Laurence D. Fink vem expandindo os produtos, incluindo fundos negociados em bolsa (ETFs), e melhorando o desempenho das carteiras com gestão ativa. Tal combinação ajudou a atrair US$ 35 bilhões (líquidos) em aplicações de longo prazo no trimestre.
“Isso surge essencialmente pela nossa postura global de falar sobre o longo prazo e focar nos resultados”, disse Fink. “A ação do mercado não muda os planos de um pensionista que está tentando construir uma poupança para o futuro. Nossa plataforma mundial de gestão de risco nos permitiu superar os problemas desse trimestre”.
O lucro líquido caiu num momento em que a gestora lida com prejuízos cambiais e com um mercado em queda, o que prejudicou os investimentos. Os lucros por ação foram mais elevados no terceiro trimestre do ano passado por causa de uma alíquota tributária mais baixa.
A receita subiu 2,1%, para US$ 2,91 bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado, porque a gestora teve incrementou recursos na maior parte de suas carteiras.
Os investidores do varejo acrescentaram US$ 6,6 bilhões aos fundos da BlackRock ao longo do trimestre, liderados pelos portfólios de renda fixa. Os ETFs iShares atraíram US$ 23,3 bilhões, com fortes fluxos para os títulos do Tesouro dos EUA. As instituições contribuíram com US$ 5,9 bilhões para as estratégias ativas da empresa e ao mesmo tempo retiraram US$ 707 milhões dos fundos de índice, particularmente ações.
Com o Federal Reserve preparando-se para elevar os juros, os negócios de renda fixa da BlackRock continuam se expandindo.
“É incorreto o ponto de vista da narrativa sobre as taxas altas e o que elas significam para os fluxos de renda fixa”, disse Fink, durante a conferência de resultados lucros do terceiro trimestre, pontuando que os clientes estão focados em cumprir suas obrigações. Muitos clientes têm investido pouco e mantêm uma diferença entre os passivos e a duração dos bônus, disse ele.
O total de ativos sob gestão da BlackRock caiu para US$ 4,51 trilhões, ante US$ 4,72 trilhões no trimestre anterior.
Na terça-feira, a BlackRock lançou seu primeiro fundo nos EUA voltado ao impacto social, que evitará empresas de tabaco, armas e álcool e investirá em ações que visem à melhoria da saúde e do meio ambiente.
Valor Econômico – SP