15/10/2015 às 05h00
Por Beth Koike | De São Paulo
A Hortifruti e o Bozano, fundo que detém cerca de um terço do capital da varejista, estão em negociações avançadas com as gestoras de private equity Goldman Sachs e Partners Group para a venda dessa participação, segundo o Valor apurou. A Hortifruti é avaliada em cerca de R$ 1 bilhão e a transação deve ser concluída nas próximas semanas. Desde o ano passado, o ativo é cobiçado por investidores, sendo que neste período nove fundos fizeram propostas pela varejista. Ainda de acordo com fontes, o americano Warburg Pincus também estava na disputa, mas há cerca de duas semanas sua proposta foi declinada. As ofertas estão sendo analisadas tanto pela Bozano, que busca o melhor preço, quanto pelas famílias fundadoras da Hortifruti que querem um sócio estratégico. O fundo Bozano está se desfazendo de sua participação na varejista para “realizar lucro”. O aporte inicial foi feito em 2010 pela BR Investimentos, que três anos depois se uniu a outras duas gestoras, formando a Bozano. Além disso, ainda de acordo com fontes, há possibilidade de os demais sócios venderem uma pequena parcela de suas participações fazendo com que o novo acionista fique com uma fatia superior a 30%. A Hortifruti está sendo assessorada pelo banco americano de investimentos Greenhill, cujo principal sócio no Brasil, atualmente, é Daniel Wainstein que, por sua vez, já foi do Goldman Sachs. O interesse dos investidores pela Hortifruti aumentou após a aquisição da Natural da Terra, varejista do mesmo segmento com forte atuação em São Paulo, há cerca de dois meses. Os investidores enxergam boas possibilidade de expansão em São Paulo e em capitais do Nordeste, além disso foram atraídos pela projeção de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 100 milhões no próximo ano. A Hortifruti tem 32 lojas em São Paulo, Espírito Santo e, principalmente, no Rio de Janeiro. A varejista é dona de quatro centros de distribuição nos três Estados e tem ainda uma frota com 239 veículos. Em 2014, sua receita líquida foi R$ 922,4 milhões, o que representa um crescimento de 18% em relação a 2013. O lucro líquido aumentou 29%, para R$ 25,4 milhões. Já a Natural da Terra tem oito lojas em São Paulo e prevê uma receita bruta de R$ 240 milhões em 2015. Além de frutas, verduras e legumes, a Hortifruti e Natural da Terra têm áreas voltadas para carnes, queijos, bebidas e há ainda rotisseria, lanchonete, floricultura e mercearia. Procuradas, Hortifruti, Bozano e Goldman não se pronunciaram. Partners não foi localizado.
Valor Econômico – SP