Babilônia tem 900 funcionários e fornece moda feminina para grandes magazines
Publicado em 11/10/2015, às 07h00
O movimento frenético das máquinas de costura marca o ritmo de produção. Vinte mil peças por dia saem da linha de fabricação da Babilônia para abastecer grandes magazines do País. Se engana quem imagina que a maior empresa de confecções de Pernambuco está encravada no Polo do Agreste. O endereço da fábrica é uma rua estreita no bairro recifense de Campo Grande. Um formigueiro-humano de 900 colaboradores se organiza numa estrutura produtiva que vai da recepção do tecido às roupas prontas e penduradas nas araras. A Babilônia é um oásis na aridez da crise. A confecção investiu R$ 1 milhão na modernização da fábrica e antecipou o pagamento da primeira parcela do 13a salário dos funcionários em julho.
A história da empresa começou há 15 anos, na casa da família Costa, no bairro de Casa Amarela. Eram apenas duas máquinas de costura. A pequena produção se destinava ao mercado fitness (termo que nem se usava na época). O negócio cresceu e mudou de segmento. Hoje a empresa se dedica à prestação de serviços aos magazines, com produção de moda feminina.
O Bompreço foi um dos primeiros clientes. A atual carteira tem nomes como Marisa, Renner, Pernambucanas e Leader.
Também estamos ampliando nossa capacidade de produção em 25% para retomar contrato com a C&A. Fornecemos para eles durante 6 anos, mas depois a parceria foi suspensa. Este ano investimos R$ 1 milhão em uma máquina importada de corte automatizada, que vai permitir melhorar a qualidade das peças e aumentar a produtividade, diz a diretora comercial da Babilônia, Luiza Costa. A expectativa é retomar as vendas para a C&A no próximo ano.
As empresas de terceirização de confecções no Brasil disputam as encomendas dos magazines. A cada mudança de coleção, as lojas passam um briefing das tendências do período e solicitam que apresentem suas propostas de peças. Depois escolhem o que querem comprar de cada fornecedor e fazem os pedidos. Respeitar os prazos é fundamental nesse mercado. Temos uma média de 45 dias entre o pedido e a entrega das peças. Só fazemos as compras de tecidos e dos demais insumos depois que fechamos as encomendas. Tudo o que produzimos já está vendido. Entregamos as peças com a marca da loja e os preços dos produtos etiquetados, direto nas centrais de distribuição de cada rede, detalha Luiza.
A Babilônia conta com uma equipe de estilo integrada por quatro profissionais de moda, que participam dos principais eventos mundiais do setor. A perspectiva é aumentar o valor agregado das peças para atender à demanda dos magazines, além de criar uma coleção própria de olho no mercado internacional. Em 2010, a empresa teve uma experiência de exportação para Cuba e vai retomar o canal ainda este ano. O plano é adaptar os produtos para desbravar mercado maiores, a exemplo dos Estados Unidos.
Este ano, as confecções se beneficiaram da alta do dólar, que obrigou os magazines a aumentar as compras no mercado interno. Em 2014, 60% foi comprado no mercado nacional (apenas 6% no Nordeste) e 40% foi importado. Para este ano, a expectativa é que apenas 20% venha de fora do País, comemora Luiza. Apesar do ganho, as vendas internas caíram em função da desaceleração da economia. A Babilônia esperava faturar R$ 48 milhões este ano, mas o número deve fechar em R$ 40 milhões, empatando com o resultado de 2014. Apesar de não crescer estamos comemorando bastante, porque somos uma empresa familiar que conseguiu repetir o resultado do ano passado, diante de um cenário ruim. Investimos na modernização da fábrica com recursos próprios e pagamos a primeira parcela do 13a dos nossos funcionários em julho. É um bom desempenho diante da escalada do desemprego no Brasil, analisa.
Outro plano da Babilônia é turbinar as vendas no varejo. A confecção conta com uma loja de fábrica, oferecendo peças a preços atrativos. Para comprar, as clientes precisam fazer um cadastro rápido e a venda mínima é de seis peças por pessoa. A loja funciona de segunda a sábado, das 9h às 18h e das 9h às 13h, respectivamente. A loja fez tanto sucesso entre as funcionárias da confecção, que precisamos limitar as vendas a 30% do salário, conta Luiza, que dirige a empresa junto com os pais e duas irmãs.
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