28/08/2015 às 05h00
Por Fernando Taquari | De São Paulo
O vice-presidente Michel Temer foi recebido ontem na Fiesp para um jantar com 20 empresários. No encontro, estavam presentes o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o da Febraban, Murilo Portugal, o da Anfavea, Luiz Moan, além de controladores de grandes conglomerados, como Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), Benjamin Steinbruch (CSN), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Carlos Alberto de Oliveira Andrade (Caoa), Flavio Rocha (Riachuelo) e Rubens Ometto (Cosan).
Também participaram executivos como Henrique Meirelles, Fabio Colletti Barbosa e Luiz Carlos Trabuco, além dos ex-ministros Delfim Netto e Nelson Jobim.
O anfitrião, Paulo Skaf, está em uma escalada de agressividade contra o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ontem, em entrevista à rádio Jovem Pan, Skaf sugeriu a Levy “arrumar as malas e ir embora”, caso tenha o aumento de impostos como única estratégia para concretizar o ajuste fiscal.
Skaf, filiado ao PMDB e derrotado ao governo de São Paulo no ano passado, comentava a proposta em estudo na equipe econômica de recriar a CPMF. Mais tarde, em nota, Skaf reforçou as críticas a Levy. Disse que cobrar mais impostos agrava a crise e que a recessão “enterra o emprego”.
Temer passou o dia em São Paulo. Pela manhã, recebeu a visita do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, em seu escritório na capital paulista. Na ocasião, manifestou otimismo com a perspectiva de corte de 10 ministérios e 1 mil cargos comissionados em estudo pelo governo. O pemedebista ressaltou, no entanto, que a reforma administrativa está condicionada com o avanço das negociações com a base aliada no Congresso.
“Tudo vai depender das conversas com os vários partidos que dão sustentação ao governo. Sem essa conversa é claro que fica difícil a modificação. Mas tenho absoluta convicção que os partidos compreenderão e colaborarão neste momento em que o país necessita da reformulação”, disse.
O vice também comentou a decisão negociada com a presidente Dilma Rousseff de deixar a articulação política do governo após a aprovação das medidas de ajuste fiscal pelo parlamento. Temer explicou que seu papel de articulador terá nova formatação agora. ” Estarei presente nas grandes dificuldades que o governo venha a ter na relação com o Congresso e outros Poderes”, afirmou. (Colaborou André Guilherme Vieira)
Valor Econômico – SP