21/08/2015 às 05h00
Por Luciana Marinelli | De São Paulo
A companhia francesa de conteúdo para internet Webedia acaba de comprar o maior site de receitas culinárias do Brasil, o TudoGostoso, do Grupo NZN, por R$ 49 milhões. É a primeira aquisição de uma empresa brasileira, após uma série de negócios fechados pela Webedia no mundo. Em 18 meses, foram desembolsados 250 milhões em nove transações. Segundo o CEO da empresa no Brasil, Cyrille Reboul, os planos para o país incluem mais compras. O objetivo é crescer em cinco segmentos principais na web: culinária, cinema, jogos de videogame, turismo e o que a empresa classifica como “glamour”, área que inclui celebridades, moda e beleza. No Brasil, já opera os sites AdoroCinema, Purepeople, PureBreak, PureViagem e IGN. O grupo é controlado pela Fimalac, gestora de investimentos que é sócia da agência de classificação de risco Fitch. Parte dos recursos para aquisições veio da venda, em dezembro, de 30% da Fitch para a companhia americana de mídia e tecnologia Hearst Corporation, por quase US$ 2 bilhões. A Fimalac mantém 20% da Fitch. “Temos visão de longo prazo”, diz Reboul, sobre o investimento da Webedia no Brasil neste cenário de retração. Além disso, ele afirma que, por serem bastante segmentados, os negócios do grupo têm crescido, apesar da crise. “Quando a verba publicitária é menor, o anunciante prefere o tiro certeiro, investindo em quem está mais próximo do público dele”. No TudoGostoso líder em audiência entre os sites de culinária, com 66 milhões de visitas mensais , o foco é atrair mais empresas de alimentos. Cerca de 70% dos acessos são feitos via smartphones e, segundo Reboul, boa parte ocorre no momento em que o internauta está no supermercado ou na cozinha checando os ingredientes que precisa para a receita. “É um momento chave para trazer anunciantes”, diz. O banco de dados do site tem cerca de 160 mil receitas, que são enviadas pelos próprios usuários. No Brasil, a Webedia faturou R$ 8 milhões em 2014 e projeta dobrar esse valor até dezembro, sem contar as aquisições. No mundo, a Webedia prevê um faturamento de 95 milhões em 2015.
Valor Econômico – SP