Com preços em queda, investidores estrangeiros vêem oportunidade de compras de imóveis no Brasil
segunda-feira, 17 de agosto de 2015 14:37
Por Juliana Schincariol
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ambiente de altas taxas de juros, vendas em queda e uma oferta elevada de empreendimentos imobiliários no Brasil colocou empresas do setor em dificuldades e a venda de ativos tem se tornado uma estratégia de alívio financeiro aproveitada por investidores internacionais, disseram especialistas consultados pela Reuters.
No setor de escritórios, um prédio de alto padrão em São Paulo que custava 12 mil dólares o metro quadrado 18 meses atrás hoje vale 30 por cento menos, disse o diretor da área de transações da consultoria imobiliária JLL, Roberto Patiño.
“A perspectiva de curto prazo ainda é incerta, mas o investidor estrangeiro entende que, do ponto de vista fundamental, (o preço dos imóveis no Brasil) está muito barato”, disse o executivo.
A perspectiva de ganhos neste cenário – com os preços em baixa e o dólar em alta – e a atuação no Brasil de importantes grupos globais do setor, como Blackstone, GazitGlobe e Brookfield, influenciam a entrada de novos estrangeiros, acrescentou o diretor da JLL.
“Existem vários projetos de escritórios que estão entrando em operação nos próximos 18 meses. Para quem está capitalizado e quer olhar projetos, este é um excelente momento para comprar (ativos) em desenvolvimento ou prontos”, afirmou Patiño.
Os executivos do setor ouvidos pela Reuters acreditam que os preços dos imóveis como um todo podem cair mais nos próximos 6 a 12 meses, em meio às incertezas sobre os rumos da economia brasileira.
Diante desta perspectiva, a Exxpon Desenvolvimento Imobiliário, consultoria de investimentos no setor, está realizando negociações para a compra de novos ativos no Brasil para investidores estrangeiros nos próximos meses.
A consultoria, que já realizou operações de cerca de 120 milhões de reais nos últimos 12 meses em setores como residencial e pontos de varejo de rua, tem como sócio-investidor o bilionário norte-americano Neil Bluhm.
Agência Reuters – SP