Uma ligeira melhora nas expectativas dos empresários do setor de bens de consumo para o segundo semestre levou ao aumento de 0,6% na prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) de julho ante junho, para 68,5 pontos na série livre de influências sazonais – aumento que, se confirmado, seria o primeiro após cinco meses de queda do indicador completo. No entanto, para o superintendente-adjunto para ciclos econômicos da FGV, Aloisio Campelo, a elevação, divulgada ontem, pode ser classificada como modesta e não indica trajetória de recuperação sustentável na confiança.
Os dados de julho mostram que o setor está longe de recuperar otimismo. A prévia indicou que a melhora na confiança ficou concentrada na indústria de bens de consumo. Empresários de bens de capital, material de construção e bens intermediários – mais da metade da indústria da transformação – continuam pessimistas. Segundo Campelo, também houve piora, em julho, na avaliação de estoques da indústria da transformação em relação a junho.
A pequena melhora nas expectativas dos empresários de bens de consumo, para os próximos meses, levou ao avanço de 3,3% na prévia do Índice de Expectativas (IE), um dos dois subindicadores do ICI, que subiu 3,3% para 68 pontos entre junho e julho. Esse subíndice foi o principal responsável pela alta da confiança na prévia de julho.
O Índice de Situação Atual (ISA) sinalizou queda de 2%, na mesma comparação, para 69 pontos, menor nível da série iniciada em outubro de 2005. A indústria continua a ser afetada por demanda menor, mercado de trabalho mais fraco e alto volume de estoques.
Valor Econômico – SP