25/06/2015 às 05h00
Por Reuters
O Walmart vai começar a cobrar taxas de quase todos seus fornecedores para estocar seus itens em suas novas lojas e em seus armazéns, aumentando a pressão sobre essas empresas, dentro dos esforços da maior varejista do mundo para lidar com aumentos de salários e de custos. A empresa anunciou que começou a informar na semana passada seus fornecedores sobre as taxas e outras alterações nos acordos entre eles. As mudanças, que também incluem modificações nas condições de pagamento, vão afetar 10 mil fornecedores de suas lojas nos Estados Unidos. Embora a rede varejista já tenha imposto taxas do tipo no passado, nunca o havia feito de forma uniforme. Alguns fornecedores foram cobrados, mas não todos, segundo Molly Blakeman, portavoz da empresa, que não deu mais detalhes. As mudanças têm por objetivo trazer “consistência ao recolhimento de pagamentos relacionados ao crescimento de nossos negócios e do uso da rede de abastecimento Walmart pelos fornecedores”, informou em carta aos fornecedores. A “Reuters” teve acesso a uma cópia da carta. Os novos acordos significam que um número maior de vendedores provavelmente começará a pagar taxas, repassando parte dos custos da varejista para os fornecedores, de acordo com analistas. Não ficou claro quanto dinheiro o Walmart vai receber como resultado das mudanças. Por exemplo, o Walmart quer cobrar de um fornecedor de alimentos 10% do valor do estoque remetido a suas novas lojas e a seus novos armazéns, ambas cobranças únicas, e 1% para manter o estoque nos armazéns já existentes. Não está claro no documento se as cobranças únicas se aplicam apenas à remessa inicial ou se cobrem algum determinado período. Atualmente, o fornecedor não paga nada por isso, de acordo com o documento. A decisão marca uma mudança no Walmart, que diferentemente de outros varejistas, costumava limitar essas cobranças, mas exigindo em troca que seus fornecedores lhe dessem o melhor preço, segundo Kurt Jetta, chefe da firma de análises de varejo Tabs. As taxas cobradas nas novas lojas e por armazenar produtos são uma forma de compartilhar os custos do crescimento e de manter os preços baixos, segundo Deisha Barnett, também portavoz do Walmart. “As mudanças que traçamos vão nos ajudar a assegurar que operemos com custos, que nos permitam preços baixos todos os dias.”
Valor Econômico – SP