02 de junho de 2015 · Atualizado às 10h54
Em tempos atuais, muito do que era verdade e não discutível vem passando por uma grande avaliação. Sabemos que os consumidores vêm evoluindo a uma velocidade muito diferente e mais rápida do que se imprimiu historicamente, e as marcas também avaliam e se preparam para jogar num outro palco, pois o que funciona hoje pode não servir amanhã.
Dessa forma, aquela dinâmica em que os veículos priorizavam a venda dos projetos que faziam parte das suas prateleiras já não encontra mais resposta das agências e dos clientes. A conversa dos departamentos de mídia de que nunca têm tempo para conversar com os veículos e expor suas necessidades também não se sustenta mais, se é que um dia encontrou algum suporte para existir.
Nesse cenário, uma pergunta que tem nos angustiado é a seguinte: os departamentos comerciais dos veículos e os de mídia das agências estão se atualizando, estão preocupados em entender essa nova dinâmica? A resposta, na nossa opinião, é múltipla.
Ainda encontramos situações bem distintas, em que alguns já se aprimoraram e outros ainda são resistentes às mudanças. Com certeza, alguns veículos já entenderam que a dinâmica da relação mudou e que trabalhar de forma horizontal com as agências é uma relação muito mais positiva e rentável. Pensar como um parceiro estratégico e não como um parceiro de vendas pode fazer uma enorme diferença. Não tentar vender o que se tem, mas o que se pode desenvolver é mais adequado e efetivo, e é mais que um desejo para os times de mídia, é fundamental. Da mesma forma, nada vai mudar sem uma entrega muito maior dos departamentos das agências em fornecer informações relevantes sobre os problemas apresentados.
Como esperar uma resposta diferente de um parceiro se não existe disponibilidade de conhecimento mais profundo a respeito dos problemas apresentados?
Quem já experimentou trabalhar assim, com menos barreiras e com mais sinergia, sem dúvida, sentiu que existe um novo mundo se apresentando. O mercado mudou e, hoje, é mandatório estar sempre em beta. Testar novos modelos comerciais não pode ser visto como um problema, mas como parte importante da solução. Oferecer conhecimento e inteligência é, de fato, uma grande vantagem competitiva, faz parte do jogo.
Inovação, reinvenção, releitura, novidades, criatividade e ser out of the box fazem parte do negócio da comunicação, e ter os veículos de comunicação como grandes parceiros para desenvolver projetos de comunicação, que algumas vezes vão exigir outras plataformas e outras maneiras de avaliar, é e será cada vez mais fundamental.
Quem não se lembra do case histórico de Santander, que uniu O Estado de São Paulo e a Folha de S.Paulo? E isso foi em 2010, tempos em que as plataformas sociais “efêmeras” ainda não tinham tanta força. Imagine se fosse agora?
Abrir cabeças, corações e mudar algumas posturas vão fazer muito bem a essa relação.
Artigo de Renata Giovannetti e Rafael Amorim, Diretores de Mídia da Talent
Adnews – SP