13/05/15
Posição foi mantida, apesar da queda de 18,8% na remessa de bens fabricados em 42 cidades ao exterior
A região de Sorocaba se manteve como a 10º maior exportadora, dentre 39 regiões do Estado de São Paulo, no primeiro trimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado ocorreu apesar da queda de 18,8% na remessa de produtos ao exterior. Em valores monetários, as exportações retrocederam de US$ 460,1 milhões para US$ 373,6 milhões. As importações também caíram 14,3% no mesmo comparativo, passando de US$ 945,5 milhões para US$ 809,9 milhões de um trimestre a outro. O levantamento foi feito pelo Centro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp e Fiesp), a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Diretoria Regional Ciesp em Sorocaba abrange 42 municípios.
A venda de automóveis, tratores e outros veículos terrestres, além de partes e acessórios, foram os que mais pesaram nas exportações da região ao longo do primeiro trimestre. Ao todo, as exportações desses produtos somaram US$ 101,1 milhões. Em segundo lugar, estão máquinas, aparelhos e materiais elétricos, incluindo aparelhos de gravação e reprodução de som e de som e imagem. Neste caso, o montante foi de US$ 82,7 milhões exportados. Por fim, os reatores nucleares, caldeiras, máquinas e aparelhos e instrumentos mecânicos produzidos na região somaram US$ 66,8 milhões.
Os principais países de destino dos produtos de Sorocaba são a Argentina, Estados Unidos e Alemanha. Para o país vizinho, foram enviados 30,4% do total exportado. Já o EUA, receberam 20,6% dos produtos da indústria regional, enquanto a que Alemanha deteve 8,1% do total.
Em relação às importações feitas pelas indústrias da região de Sorocaba, a maior parte foi de produtos como reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes, que somaram US$ 295,3 milhões. As máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes, além de aparelhos de gravação ou de reprodução de som, entre outros do tipo importados, atingiram US$ 132,3 milhões. Os produtos químicos orgânicos, por sua vez, chegaram a US$ 47,9 milhões.
A maior parte das importações da região vieram da China, que enviou 22,2% do total. Produtos dos EUA somaram 13,6%, enquanto o Japão enviou 11,3% dos produtos importados.
Melhora só em 2016
A queda das exportações é considerada forte pelo vice-diretor do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos. Segundo ele, as empresas que mais tem sofrido são as fabricantes de autopeças. Também as indústrias de tratores e colheitadeiras presentes em Sorocaba tiveram retração nas vendas tanto para o mercado externo quanto o interno, o que agrava a situação, cita Erly. As fabricantes de pás eólicas, por sua vez, têm focado o mercado interno, o que justifica a queda nas exportações. “O mercado eólico brasileiro tem consumido mais e, assim, as empresas estão direcionando para o mercado interno”, comenta.
A situação da Toyota, fabricante do Etios, contudo, é oposta. Ao longo dos últimos meses, a empresa anunciou investimentos e deve contratar, lembra o vice-diretor do Ciesp. “É uma das poucas montadoras que não estão demitindo”, diz. Com isso, as empresas que fornecem para a Toyota também devem contratar mais.
De acordo com Erly, as desvalorização do real frente ao dólar deveria surtir efeitos positivos no País. Isso não aconteceu, no entanto, porque ocorreu forte desindustrialização nos últimos anos, resultando em perda de competitividade dos produtos nacionais. Na perspectiva do vice-diretor do Ciesp, o cenário de queda deve durar todo o ano de 2014. “Mas esperamos que 2016 comece a melhorar”, conclui.
Cruzeiro do Sul (Sorocaba) – SP