17/04/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
A indústria brasileira de vestuário vai crescer 0,7% em 2015, em meio ao cenário econômico de retração da economia. A estimativa faz parte do estudo “Mercado Potencial de Vestuário em Geral” , elaborado pela consultoria Iemi Inteligência de Mercado. Devem ser produzidas 6,19 bilhões de peças, um desempenho melhor do que o verificado no ano passado, quando a produção teve queda de 0,5% em relação a 2013. O consumo também tende a apresentar uma pequena aceleração em relação ao ano passado. A consultoria estima que o consumo aparente de vestuário (soma da produção com as importações, menos as exportações) chegará a 7,14 bilhões de peças neste ano, o que representa um crescimento de 1,5% em relação a 2014. O índice de expansão é superior ao do ano passado, de 0,7%. As importações para atender a demanda local terão aumento de 6,3% no ano, para 974,8 milhões de peças. No ano passado, a taxa de expansão das importações foi mais alta, de 8,6%. Apesar do crescimento mais modesto em 2015, as importações de itens de vestuário terão uma participação maior no consumo brasileiro, de 13,6% do total de peças, ante 13% no ano passado. Ainda de acordo com o Iemi, a demanda por itens de vestuário é estimulada pela classe B, responsável por 50,1% do valor gasto com o segmento no país. A classe C aparece em seguida, com 29,8% do consumo total. A classe A tem participação de 15,8% e as classes D/E participam com 4,3% do consumo. O estudo do Iemi também apontou alguns segmentos que tiveram destaque em vendas no ano passado. De acordo com o levantamento, a linha de roupas femininas apresentou uma queda de 0,2% no volume de peças produzidas inferior à queda da produção total de vestuário, de 0,5%. Em valor, houve aumento de 5,6% na produção do setor no ano passado, para R$ 100,3 bilhões. Para o mercado brasileiro de calçados, o Iemi projeta para um crescimento no consumo de 1,1% neste ano, em relação a 2014, totalizando 793 milhões de pares. No ano passado, a queda foi maior, de 3,9% em volume. A demanda é concentrada nos consumidores da classe B, que respondem por 50,1% do valor gasto com calçados no país. A classe C aparece em seguida, com 29,1% de participação. A classe A responde por 16,8% do consumo e as classes D e E, por 4%. De acordo com a consultoria, as indústrias calçadistas brasileiras serão beneficiadas neste ano pela recuperação no consumo doméstico e pela alta do dólar, que torna os produtos nacionais mais competitivos no mercado externo. O IEMI prevê um crescimento de 2,1% na produção brasileira de calçados, para 895,2 milhões de pares neste ano. Em 2014, a produção no setor fechou em queda de 2,5%. As exportações, segundo a consultoria, terão crescimento de 4,4% neste ano, para 135,2 milhões de pares. Já as importações devem ter queda mais expressiva, em função do câmbio. O Iemi projeta um recuo de 10,3% no volume de importados. Em 2014, as importações recuaram 6%. Com essa queda, a participação dos importados no consumo será reduzida para 4,2% do total este ano, ante 4,7% no ano passado.
Valor Econômico – SP