Diante da alta da moeda americana, varejista chilena dona das bandeiras GBarbosa, Prezunic, Bretas, Perini e Mercantil Rodrigues substitui meta de venda de importados por maior portfólio de produtos de marca própria
Erica Ribeiro
eribeiro@brasileconomico.com.br
A alta do dólar levou a Cenconsud varejista chilena com 370 estabelecimentos no Brasil, com as bandeiras GBarbosa, Bretas, Prezunic, Perini e Mercantil Rodrigues a rever sua estratégia, intensificando a oferta de produtos de marca própria para manter o ritmo de vendas este ano, uma vez que a previsão para itens importados não deverá atingir os patamares projetados pela empresa, de 2% do faturamento, pelo menos até o ano que vem.
Com a desaceleração da economia, as vendas de importados vão diminuir e esperamos chegar a 1,5% do faturamento com produtos de outros países somente em 2016. O impacto do câmbio é latente e o produto nacional está agora mais competitivo. Este ano os importados estão representando 0,9% das vendas totais da empresa, comenta Taciano Araujo, gerente de Importados da Cencosud.
A marca própria da Cencosud leva a assinatura de uma de suas bandeiras, a carioca Prezunic.
A expectativa é de que as vendas desses itens representem de 4% a 5% do faturamento no Brasil.
Com 120 produtos entre alimentos, não alimentos e bazar, a marca Prezunic chegará até o final do ano com 300 produtos de diferentes categorias e deve saltar para cerca de 700 itens no ano que vem.
Samuel Ramos, gerente de Marcas Próprias da Cencosud Brasil,acredita que o ano de 2015 será o ano da marca própria, por conta da atual situação da economia.
Em geral, os itens dos próprios varejistas são até 30% mais baratos na comparação com as marcas líderes no mercado.
Já tivemos há quatro anos itens de marca própria com a bandeira GBarbosa mas queríamos unificar a nossa identidade em uma só bandeira. E consideramos que o Prezunic tinha esse perfil, afirmou.
De acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Marcas Próprias (Abmapro), feito em meados de 2014, entre os fatores que acabam dificultando a maior procura pelo cliente de produtos de marca própria é a falta de uma melhor estratégia de comunicação, assim como a ausência de parcerias para ações nos pontos de venda, além de pouca visibilidade nas gôndolas.
Ainda segundo o estudo, as marcas próprias representam 6,4% das vendas em valor dos autosserviços.
Mesmo com a aposta nos itens da marca Prezunic, a varejista está lançando também uma linha selecionada de importados.
Chamada de Sabores do Mundo, ela reúne itens de 20 países, entre alimentos e bebidas.
Mas por enquanto ainda está restrita às lojas da bandeira baiana Perini, que tem foco em consumidores classe A e foi adquirida pela Cenconsud em abril de 2010, por US$ 27,7milhões.
O espaço Sabores do Mundo estará sempre em lojas com perfil de consumidores classe A, eventualmente A/B. É mais um serviço que chegará para outras bandeiras, diz Araujo.
A empresa chilena fechou o ano de 2014 com receita global 11 bilhões de pesos chilenos, alta de 5,5% ante 2013.
Além do Brasil, o grupo atua no Chile, Argentina, Colômbia e Peru.
Os dados isolados sobre o Brasil não são revelados pela varejista.
Brasil Econômico – SP