26/03/2015 às 05h00 Por Adriana Mattos | De Paris O Carrefour estuda a abertura de lojas de vizinhança no Brasil em formatos com até 100 m2 equivalente à metade da área dos pontos em operação no país atualmente, que chegam a 200 m2 . Este é um dos modelos possíveis entre três ou quatro formatos de lojas de proximidade em discussão pelo comando da empresa. Segundo o presidente do Carrefour no Brasil, Charles Desmartis, o plano ainda está em estudo, mas pode ser um caminho para ocupar mais rapidamente locais com alto tráfego de consumidores, como galerias de lojas dentro de estações de metrô ou trens. Neste ano, o Carrefour abriu suas primeiras lojas de conveniência no país com a marca Carrefour Express. Também existe possibilidade de desenvolver um formato maior, com 400 m2 , o dobro da área média atual dos pontos. “Não vamos ter apenas um modelo, e o Abilio [Diniz, sócio do Carrefour no país] concorda totalmente com isso […]. Pensamos em um modelo um pouco menor, de 80 m2 a 90 m2 , e um maior, de 300 a 400 m2 . Podemos ter três ou quatro modelos, dependendo da disponibilidade [ de terrenos]”, disse Desmartis, em entrevista em Paris, sede do grupo. A companhia ainda considera a hipótese de abrir franquias de supermercados de vizinhança no país. Isso seria possível após a empresa atingir volume de “algumas centenas de lojas”, disse. Atualmente, apenas a rede Dia opera redes de franquias de supermercados no Brasil. O Grupo Pão de Açúcar, concorrente direto do Carrefour, informou no ano passado que considera a hipótese de abertura de franquias de lojas de proximidade no país nos próximos anos, sem definir data. Tanto a criação de novos modelos quanto o desenvolvimento do sistema de franquias fazem parte do plano do grupo francês de expandir mais aceleradamente os minimercados. Apesar do custo de locação por metro quadrado ser mais alto do que no hipermercado, estas lojas conseguem se tornar rentáveis mais rapidamente se geram alto tráfego de consumidores. “É algo que está sendo estudado [lojas de conveniência com 80 a 90 m2 ], mas não é um projeto de investimento aprovado pela companhia ainda. Fomos abordados para tratar do assunto por uma cidade, é algo muito preliminar, mas bem interessante”, disse o executivo. A cidade mencionada é o Rio de Janeiro e a possibilidade seria a abertura de pequenos minimercados dentro das estações de metrôs, segundo projeto do governo do Estado. O grupo francês opera quatro lojas do Carrefour Express no país, abertas todas em 2014, e não informa previsão de aberturas para 2015. Mas ressalta que não pretende desenvolver no momento uma nova marca de rede de vizinhança no país portanto, mesmo em lojas menores, continuaria usando a marca Express. Há uma diferença considerável hoje no desempenho da rede no modelo de proximidade em comparação ao formato de hipermercados. Na França, enquanto lojas de conveniência do Carrefour (são pouco mais de 6,1 mil pontos) cresceram 6,6% em vendas brutas em 2014, os supermercados se expandiram 1,2% e os hipermercados, apesar de melhora no desempenho, cresceram 0,1%. Entre 2013 e 2014, o modelo de lojas de proximidade também foi o que mais se expandiu organicamente no grupo no mundo. Passou de 5,5 mil unidades para 6,1 mil. Os principais questionamentos feitos hoje ao modelo, em mercados como o Brasil, onde o formato de conveniência ainda tem pequena escala, envolvem a operação logística e os custos de aluguel. Por serem pontos localizados em regiões populosas em capitais, o metro quadrado do aluguel está acima da média do mercado. Por isso, para conseguir “pagar a loja”, é preciso ter grande circulação de consumidores. Além disso, como nesses pontos não há área para estoques no fundo da loja, a reposição de mercadorias tem que ser contínua, para evitar rupturas. A repórter viajou a convite do Carrefour
Valor Econômico – SP