26/03/2015 Reuters Segundo Charles Evans, medida deve-se à inflação fraca e uma taxa de desemprego, de 5,5%, acima de nível sustentável As autoridades do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, precisam estar bastante confiantes de que a inflação está caminhando de volta a 2% antes de elevar a taxa de juros, disse ontem o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, defendendo o adiamento da elevação dos juros até a primeira metade do ano que vem. Não vejo razão convincente para que nós tenhamos pressa para apertar as condições financeiras até lá, disse Evans em declarações preparadas para o Fórum Oficial de Instituições Financeiras e Monetárias, em Londres. Para Evans, os custos de elevar os juros cedo demais pesam muito mais que os de elevá-los tarde demais, especialmente dada a inflação fraca e uma taxa de desemprego que, em 5,5%, ainda está acima do nível de 5% que ele vê como sustentável. E embora muitos de seus colegas estejam olhando além da recente forte alta no valor do dólar, Evans se preocupa que a clara pressão desinflacionária do dólar forte pode ser embutida nas expectativas e dificultar ainda que o Fed alcance sua meta de inflação de 2%. Para se sentir confortável em elevar os juros, ele precisaria ver uma alta no núcleo da inflação para acima do atual nível de 1,3%, aumento no crescimento salarial para uma faixa de 3 a 4% anualmente e alta nas expectativas de inflação. Acredito que devemos ser cautelosos em elevar a taxa de juros, disse Evans. Os planos de investimentos de empresas norte-americanas caíram pelo sexto mês consecutivo em fevereiro, provavelmente pressionados pelo dólar forte e pela demanda global fraca, o que pode levar economistas a reduzirem ainda mais as estimativas de crescimento para o primeiro trimestre. O Departamento do Comércio informou ontem que as encomendas de bens de capital fora do setor de defesa excluindo aeronaves, um termômetro muito observado para planos de gastos empresariais, caiu 1,4% no mês passado após uma queda de 0,1% em janeiro, em número revisado. O chamado núcleo de encomendas de bens de capital havia subido pela última vez em agosto.
Brasil Econômico – SP